Com temperaturas recordes, 2020 será um dos anos mais quentes da história
Com o anúncio de que novembro deste ano foi o mais quente desde o início das medições, 2020 caminha para ser o terceiro ano com a média de temperaturas mais alta da história. Em comunicado, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) alertou para o aquecimento do planeta e o aumento sem precedentes do degelo no Ártico.
Os cálculos da organização indicam que a temperatura média global será até 1,2º C mais alta em 2020, em relação aos níveis pré-industriais (1850-1900). Os últimos seis anos já foram os mais quentes desde o início dos registros, sendo 2016 o ano mais quente até agora.
A expectativa dos cientistas é que este ano fique com uma média abaixo de 2019, segundo ano mais quente, devido ao La Niña, evento climático em que as águas do oceano Pacífico se esfriam. Embora estes fenômenos exerçam grande influência sobre a temperatura média global, nem o La Niña será suficiente para tirar 2020 do ranking dos anos mais quentes.
A análise dos dados será concluída em março de 2021, quando a OMM informará se 2020 foi o terceiro ou segundo ano mais quente da história. As informações preliminares indicam que o norte da Ásia foi a região mais afetada pelo aquecimento, especialmente o Ártico Siberiano, onde os termômetros ficaram 5º C acima da média observada desde 1981.
Em Verkhoyansk, cidade russa conhecida pelo frio extremo, os termômetros atingiram a marca de 38ºC em 20 de junho. A temperatura foi a mais alta já registrada em toda a região norte do Círculo Polar Ártico.
Ártico em chamas
Neste ano, o Ártico sofreu com alto índice de queimadas, devido às temperaturas recordes, que liberaram mais de 244 megatoneladas de dióxido de carbono até setembro, cerca de 35% a mais que o emitido em todo o ano de 2019. Os dados são de monitoramento realizado pelo sistema Copernicus, da União Europeia.
Os efeitos dos incêndios florestais são catastróficos para o clima, pois, a queima da vegetação causa liberação de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera, potencializando o aquecimento global. Com a Terra mais quente, a vegetação fica mais seca e, consequentemente, mais suscetível à propagação do fogo. É um círculo vicioso com graves consequências para o planeta.
A Organização Meteorológica Mundial chamou a atenção para o derretimento das geleiras que atingiram, no Ártico, o segundo nível mais baixo em 42 anos. Na Groelândia, aproximadamente 152 bilhões de toneladas de gelo foram perdidas até agosto deste ano.
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