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Redução da poluição durante pandemia não interromperá mudanças climáticas, diz ONU
As medidas de enfrentamento ao novo coronavírus provocaram uma queda inesperada nas emissões de gases de efeito estufa, principal causa do aquecimento do planeta. Mas, para a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência especializada da ONU, as emissões devem voltar ao normal assim que a economia global começar a se recuperar.
Os principais especialistas em clima apontaram uma queda de 5,5% a 5,7% nos níveis de dióxido de carbono devido à pandemia. Mas, o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, vê o fenômeno apenas como uma boa notícia a curto prazo, considerando a tendência de emissões dos últimos anos.
Dados recentes da OMM, publicados em 22 de abril, mostraram altas nas emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes em 2019. Estima-se, que só os níveis de CO2 emitidos foram 18% maiores de 2015 a 2019 em comparação aos cinco anos anteriores.
Em relatório, a agência explicou o motivo de a diminuição momentânea na poluição atmosférica não influenciar as mudanças climáticas em curso. Os gases “permanecem na atmosfera e nos oceanos por séculos. Isso significa que o mundo está comprometido com a mudança do clima continuada, independentemente de qualquer queda temporária nas emissões”.
Na China, a poluição causada por dióxido de nitrogênio caiu 40% durante a quarentena, enquanto as emissões de material particulado diminuíram entre 20% e 30% em muitas cidades chinesas. Na Índia, Itália e em outros países o fenômeno se repetiu, porém, a mudança climática é “de uma magnitude diferente” se comparada aos problemas provocados pelo Covid-19, destacou o professor Taalas.
Desde 1970, os níveis de dióxido de carbono subiram 26% e a temperatura média do mundo aumentou 1,1 °C em relação à era pré-industrial (1850-1900). Os últimos cinco anos também foram os mais quentes da história.
Como consequência do aumento da temperatura e das crescentes emissões de gases de efeito estufa, o planeta tem presenciado fenômenos como a acidificação dos oceanos, o aumento do nível do mar, o derretimento das geleiras e a ocorrência de eventos climáticos cada vez mais extremos.
No último ano, as chuvas aumentaram na Austrália, Madagáscar, Moçambique e em outros países do hemisfério sul. Já no Ártico e na Antártica, as coberturas de gelo chegaram a níveis abaixo do esperado para o período. Um estudo indicou que só a Groenlândia perdeu 600 bilhões de toneladas de gelo em 2019, o suficiente para elevar o nível do mar global em 2,2 milímetros em dois meses.
Com informações de ONU Brasil
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