Alertas de desmatamento dobram na Amazônia no primeiro trimestre de 2020
Com ações de fiscalização reduzidas, em virtude da pandemia de coronavírus, os crimes ambientais dispararam na floresta amazônica nos primeiros meses do ano. Só no primeiro trimestre de 2020, os alertas de desmatamento no bioma subiram 51% em comparação ao mesmo período de 2019.
Pontos de desmate foram detectados em 796 quilômetros quadrados (km²) da Amazônia Legal entre janeiro e março, batendo o recorde dos últimos cinco anos. Nos mesmos meses do ano passado, o desmatamento atingiu 525,63 km² da floresta.
Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real (Deter-B), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para detectar, quase em tempo real, alterações na cobertura florestal. A partir dos alertas emitidos pelo sistema, o Ibama desenvolve ações fiscalizatórias para coibir a derrubada de floresta.
Apesar de alarmantes, os números ainda devem crescer nos próximos meses, visto que o índice de desflorestamento é sempre menor no início do ano devido à estação chuvosa. Segundo ambientalistas, o aumento do desmate acerta em cheio áreas protegidas, pois com o enfraquecimento da fiscalização, a ação de grileiros e madeireiros têm avançado principalmente sobre terras públicas.
A Floresta Nacional do Jamanxim e a Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará, e a Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre, foram as unidades de conservação mais afetadas pela ação de grileiros e criminosos ambientais no período.