Desmatamento e mudanças climáticas podem dizimar florestas de Madagascar até 2070
O impacto do desmatamento e das mudanças climáticas pode eliminar todo o habitat da floresta tropical oriental de Madagascar até 2070, afetando milhares de plantas, mamíferos, répteis e anfíbios endêmicos da região. O alerta é de novo estudo da Nature Climate Change.
Um dos animais mais conhecidos de Madagascar são os lêmures, que desempenham papel fundamental como dispersores de sementes de várias espécies de plantas que, por sua vez, fornecem alimento e abrigo para outros animais. Devido à sua sensibilidade à degradação do habitat, os pesquisadores consideram-nos como indicador crítico da saúde da floresta. “Quando projetamos o impacto do desmatamento e da mudança climática, descobrimos que o desmatamento sozinho e a mudança climática poderiam reduzir o habitat do lêmure em mais de 50%. Ainda mais alarmante, esses dois fatores juntos são projetados para dizimar essencialmente o habitat adequado da floresta tropical até o final do século”, explicou Andrea Baden, professor de antropologia no The Graduate Center, CUNY e Hunter College e investigador principal do estudo.
Os dados coletados sugerem que a velocidade e intensidade de destruição da floresta tropical do leste de Madagascar serão determinadas pela instituição ou não de proteções rígidas contra o desmatamento ou um conjunto de políticas. O grupo enfatizou a importância de áreas que abrigam lêmures e funcionam como corredores ecológicos. Para Baden, os resultados do estudo serão úteis para organizações sem fins lucrativos, gestão de parques e a comunidade de conservação em geral. “Nossos resultados indicam oportunidades de conservação em potencial para lêmures e qualquer um dos habitantes das florestas tropicais que dependem da cobertura e conectividade. Áreas protegidas são vitais para a persistência das espécies”, afirmou.