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Indústria Brasileira de Árvores divulga carta aberta contra destruição na Amazônia
Em carta aberta, a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) reitera sua posição contrária aos desmatamentos e incêndios ilegais que vem destruindo a Amazônia. O documento é assinado por Paulo Hartung, presidente da Ibá, associação que reúne a cadeia produtiva de árvores plantadas para fins industriais.
Para a instituição, o desflorestamento e queimadas “são irresponsáveis e não representam a mentalidade de um mundo moderno, conectado com a bioeconomia”. A Ibá ressalta que é preciso “discutir e propor soluções urgentes, sem levar o debate para o lado do partidarismo ou viés ideológico”.
“Chegamos em um momento em que é preciso ações integradas para garantir o desmatamento ilegal zero na Amazônia e no Brasil. Defender o meio ambiente e o futuro do Brasil é de responsabilidade de todos nós”, pontua a carta.
Até agora, o Ibá é a única instituição a se posicionar a respeito da destruição da Amazônia. Embora o assunto esteja em destaque na imprensa nacional e internacional, outras entidades de classe conhecidas no país, como Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não se manifestaram sobre o assunto.
Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, o pronunciamento da Ibá é lúcido e marcado por opiniões claras e despidas de qualquer viés político ou partidário. “Se o setor produtivo agisse desta forma, a esperança de preservamos a Amazônia seria muito maior. É lamentável o silêncio de instituições poderosas como Fiesp, CNA, CNI, Anfavea, Ibram e outras. Talvez pensem que não têm nada a ver com o assunto”, disse.
Confira a carta aberta da Ibá na íntegra:
Indústria Brasileira de Árvores na defesa da Amazônia
*Paulo Hartung
O mundo acompanha preocupado e apreensivo com os atuais desmatamentos e incêndios que estão afetando a Amazônia. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), que sabe da importância social, ambiental e econômica da floresta em pé, reitera sua posição contrária aos desmatamentos e incêndios ilegais.
Acreditamos no potencial de desenvolvimento da região e do seu povo com modelos econômicos sustentáveis que não dependam da alteração da cobertura florestal.
As ações de desmatamento e incêndio ilegais na Amazônia são irresponsáveis e não representam a mentalidade de um mundo moderno, conectado com a bioeconomia, que tanto buscamos e vai custar caro ao Brasil, para o mundo e para as próximas gerações.
O setor florestal atua com muito zelo pelo meio ambiente, gerando produtos sustentáveis, de origem natural e renovável. Todo papel produzido no Brasil tem origem em árvores cultivadas para esse fim. No Brasil, temos 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas comumente cultivadas em terras antes degradadas. Em muitos casos, as plantações são certificadas pelo FSC e PEFC/Cerflor, que atestam a origem dos produtos, fortalecendo o mercado responsável no comércio internacional.
O setor conserva uma área significativa de ecossistemas naturais. Para cada 1 hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é conservado. São 5,6 milhões de hectares de áreas naturais protegidas na forma de áreas de preservação permanente (APP), reserva legal (RL) e reservas particulares do patrimônio natural (RPPN). O setor trabalha protegendo área natural superior ao exigido pela regulamentação nacional. Estima-se que o estoque de CO2 equivalente do segmento, incluindo área cultivada e área conservada, seja de 4,2 bilhões de toneladas.
Esta indústria é a quarta maior exportadora da balança comercial brasileira e integrou o trabalho de construção de um setor produtivo brasileiro moderno que alia produção com conservação – esforço que conquistou reconhecimento internacional. Não podemos permitir que anos de trabalho do setor privado, da academia, de pesquisadores, de ambientalistas e de todos nós brasileiros sejam jogados fora.
Seria positivo se o governo abrisse canal de interlocução com quem tem amor ao nosso País e sensibilidade para a qualidade de vida das futuras gerações planetárias. Precisamos, juntos, discutir e propor soluções urgentes, sem levar o debate para o lado do partidarismo ou viés ideológico.
Chegamos em um momento em que é preciso ações integradas para garantir o desmatamento ilegal zero na Amazônia e no Brasil. Defender o meio ambiente e o futuro do Brasil é de responsabilidade de todos nós.