Energia eólica bate recorde de geração de energia em 2018
Entre os oito países do mundo com maior capacidade instalada em usinas eólicas, o Brasil caminha para que a energia dos ventos seja sua segunda maior fonte energética em 2019. Entre janeiro e agosto deste ano, a geração eólica comercial cresceu 19% em relação ao mesmo período de 2017. Apenas em agosto foram gerados 7.017 megawatts médios (MW), o maior número registrado na história do país, de acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A energia eólica já atende a 13% do Sistema Interligado Nacional (SIN), que abrange as regiões Sul, Sudeste, Centro-oeste, Nordeste e grande parte do Norte. A expectativa é que o setor ultrapasse a geração térmica e a biomassa em 2019 ou 2020, tornando-se a segunda fonte mais expressiva. Atualmente as usinas hidrelétricas respondem por 62,2% de toda geração do sistema, atrás das termelétricas (25,8%), eólicas (11,5%) e solares (0,6%).
O Nordeste é a região com maior potencial eólico, sendo o Rio Grande do Norte o maior produtor. Nos primeiros oito meses do ano, o estado gerou 1.351,2 MW médios, contra 1.162,7 MW da Bahia e 619,1 MW do Piauí. Em 19 de agosto (um domingo) deste ano, das 8h às 10h, as turbinas eólicas supriram 98% de toda demanda da região, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Para Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a modalidade tem batido recordes de forma consistente. “Em dias úteis, com demanda mais elevada, já tivemos recordes de geração com atendimento de mais de 70% do Nordeste na média diária”, destacou.
Potencial instalado
A energia eólica no Brasil surgiu em 1992, em Fernando de Noronha. Mas foi em 2009 que a modalidade ganhou força com os leilões de concessão para fontes renováveis. Os contratos mais duradouros, de até 20 anos, atraíram mais investimentos para o setor, que atualmente contabiliza 519 usinas eólicas em operação comercial.
O aparato confere ao país 13.212 MW de capacidade instalada, ante os 11.951 MW de capacidade das 470 unidades existentes em agosto de 2017. Além de grande potencial energético, a modalidade é uma alternativa às hidrelétricas, conhecidas pelo grande impacto ambiental.