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Encontros discutem rede de parceiros contra incêndios florestais

Encontros discutem rede de parceiros contra incêndios florestais
Crédito: Amda

Encontros realizados na última semana (dias 2 e 3), a convite da Amda, no Santuário do Caraça e Parque Estadual da Serra do Rola Moça, discutiram fortalecimento de parcerias na prevenção e combate a incêndios nos vetores Leste e Sul de BH. Em 2017, segundo dados do Previncêndio, quase 60 mil hectares dentro de unidades de conservação e seu entorno foram consumidos pelas chamas. O índice é maior que a média de hectares destruídos entre 2012 e 2016.

O objetivo principal dos encontros foi discutir causas, consequências e ações possíveis, principalmente no que se refere à prevenção, por parte das prefeituras. Fabrício Araújo, coordenador de brigadas da Amda, apresentou informações sobre as brigadas profissionais da organização que atuam no combate, em parceria com a Vale, AngloGold Ashanti e Gerdau. Em folder produzido pela entidade, que foi distribuído aos participantes, foram sugeridas ações à sociedade relativas à prevenção e denúncia de fogo.

A expectativa da Amda é de maior envolvimento das prefeituras, através de agentes de saúde e escolas municipais para conscientizar a população sobre riscos de incêndios causados por queima de restos de vegetação, fogos de artifício próximo a áreas com vegetação, rituais religiosos e outros fatores. As consequências dos incêndios para a saúde humana em função da fumaça e fuligem, acidentes em rodovias e impactos ambientais de extrema gravidade como queima de animais vivos, destruição de florestas e campos, exposição do solo a processos erosivos, degradação, desproteção e poluição de nascentes e cursos d’água, degradação da paisagem e emissão de gases causadores do efeito estufa fazem parte da lista de alerta.

O folder chama atenção ainda para a necessidade de roçagem em beira de rodovias e estradas vicinais, pois grande parte dos incêndios começam no capim presente em suas margens, que no período seco se torna combustível imediato. Para Dalce Ricas, superintendente da Amda, não há outro caminho: “os incêndios deveriam ser considerados tão graves como as enchentes, pois são calamidade pública, com impactos presentes e futuros inestimáveis. Isto tem de ser incorporado pela sociedade. As prefeituras são fundamentais na prevenção e combate aos mesmos. Esperamos que as parcerias se fortaleçam e que em 2018 a situação seja menos grave que nos anos anteriores”.

O Tenente Coronel Eduardo Angelo Silva, do Batalhão de Emergências Ambientais (Bemad), ressaltou a necessidade do trabalho conjunto entre bombeiros e brigadas profissionais e voluntárias. “Estar com vocês e tê-los ao nosso lado é muito importante. Somos uma engrenagem de um sistema muito maior”, afirmou. “Precisamos aparar as arestas dos anos anteriores e fomentar uma ação mais forte e conjunta, para que tenhamos resultados cada vez mais efetivos”, concluiu.

Rogério Vidal Bastos, secretário de Meio Ambiente de Barão de Cocais, informou que o município possui cinco sopradores e abriu processo de licitação para equipar um caminhão-pipa para combate a incêndios florestais. O secretário colocou o município à disposição para servir de apoio logístico aos brigadistas.

Miguel Ribon Júnior, representante da Secretaria de Meio Ambiente de Itabirito, informou que o município está trabalhando na adequação de estradas rurais e produção de cartilha informativa sobre incêndios florestais e lixo, que deverá ser distribuída até final de maio.

Flávio Eloi, representante da prefeitura de Nova Lima, informou que o município está identificando as principais fragilidades e mapeando pontos críticos onde há ocorrências de incêndios para criação de brigada e outras providências. A informação já havia sido passada pela secretaria em outubro do ano passado. A Amda questionou a demora com Tasso Tibo, diretor do departamento de meio ambiente, que disse que a expectativa é constituir a brigada profissional. Caso isso não aconteça diante da proximidade do período seco, a ideia é mobilizar brigadistas voluntários que já atuam na região para treinamento e capacitação e compra de equipamentos para combate.

Alexandra Costa, representante da Secretaria de Meio Ambiente de Brumadinho, informou que está em fase de elaboração um projeto institucional conjunto entre a secretaria, a de saúde e educação com foco nos incêndios, mas não informou prazo para conclusão.

Participaram dos encontros representantes de Barão de Cocais, Itabirito, Nova Lima e Brumadinho; Dimas Ramos de Miranda, vereador de Ibirité; Previncêndio; Estação Ecológica de Arêdes, APA Sul, MONA Serra da Moeda e Parque Rola Moça; empresas Vale, AngloGold Ashanti, Gerdau e Vallourec; Ministério Público de Minas Gerais; ONG Carcará; Brigadas ICB Guará e Mastter, de Brumadinho; e bombeiros municipais.