Primeiro acordo para reduzir emissões da navegação marítima é firmado
“A Organização Marítima Internacional, agência das Nações Unidas, instituiu o primeiro acordo para reduzir as emissões de gases efeito estufa (GEE’s) advindas das atividades de navegação. O intuito é diminuir em 50% as emissões das embarcações, em relação aos níveis de 2008, época de maior emissão no setor, até 2050. A atividade é a sexta que mais contribui para o aquecimento do planeta.
O setor é responsável por 2% das emissões mundiais de dióxido de carbono, com previsão de subir para 15% caso o segmento continue no ritmo atual. Se fosse um país, seria o sexto maior poluidor. Entretanto, a indústria de transporte marítimo não faz parte do Acordo de Paris, que estipula o limite de aumento máximo de 2ºC na temperatura mundial. Por isso a necessidade de um tratado específico para o ramo.
Dentre os 173 países-membro da organização, apenas Estados Unidos e Arábia Saudita se opuseram ao texto. Ele prevê que em 2030 novos navios não operem mais com combustíveis fósseis, adotando o uso dos renováveis. O documento ainda define metas de redução da intensidade de carbono emitido durante as viagens, de maneira proporcional à distância percorrida.
O acordo vale para todo o transporte de carga e de pessoas com mais de 5 mil toneladas, exceto embarcações militares.
Oposição
Apesar de assinar o acordo, o Brasil não está totalmente satisfeito com as metas impostas. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores declarou que a determinação “”pode levar a aumentos no custo do frete marítimo, com impactos negativos desproporcionais sobre países em desenvolvimento e geograficamente distantes dos seus mercados, impactos pouco estudados. Também não há informações suficientes sobre os custos de novas tecnologias necessárias para cumprir com essa meta””.
Países como Argentina, Arábia Saudita, Panamá e Índia seguiram a linha do Brasil e propuseram metas mais brandas. Alguns discutiram a possibilidade de adiar a implementação das medidas por pelo menos cinco anos.
Já as Ilhas Marshall, Tuvalu, Fiji, Kiribati e Vanuatu, ameaçadas pelo aumento no nível do mar, desejavam um acordo mais ambicioso. Do mesmo lado, a União Europeia pretendia uma redução nas emissões entre 70% e 100%.
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