Dia da Árvore, início da Semana Florestal, será de luto
Press Release
Belo Horizonte, 21 de setembro de 2017 – O ano de 2017 pode entrar para a história como recordista em incêndios florestais em Minas Gerais. Desde o início de setembro, não houve um só dia sem ocorrência de fogo no Vetor Sul de BH em torno do Parque Estadual da Serra do Rola Moça. E por não haver o que comemorar, Amda e Instituto Casa Branca (ICB), em luto pelas florestas, farão o velório das árvores queimadas nesta sexta-feira (22), a partir das 14h, no parque. O evento tem como objetivo alertar motoristas e passageiros que visitam ou atravessam a rodovia que corta a unidade de conservação sobre os riscos de incêndios e cobrar providências do governo no que se refere à infraestrutura para combate e prevenção dos mesmos.
A entidade reconhece melhorias, como o PrevIncêndio, criação do Bemad e contratação de brigadistas para o período seco, mas considera que são medidas insuficientes para proteger os remanescentes florestais de Minas. Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, o poder público ainda não considera os incêndios como inaceitáveis, apesar dos gravíssimos danos causados à fauna, solo, água, flora, saúde pública e clima. “Enquanto a prevenção e combate a incêndios não se tornarem ‘Política de Estado’, como saúde e segurança; enquanto a União considerar que isto é ‘problema do Ministério do Meio Ambiente’; e Estado e municípios que é das secretarias de meio ambiente, os incêndios continuarão destruindo”, lamentou.
Ela cita como exemplo o maior incêndio que atingiu o Rola Moça neste mês e que se iniciou com fogos de artifício soltos durante um jogo de futebol, num campo administrado pela prefeitura municipal de Nova Lima. “Se a prefeitura estivesse engajada na prevenção e combate, os fogos teriam sido previamente proibidos, haveria fiscalização e o parque não teria sido queimado”, comentou.
O “velório” acontecerá na entrada principal do Parque Rola Moça, pelo Jardim Canadá. Os ambientalistas colocarão faixas cobrando medidas de prevenção e proteção, e devolução dos recursos da compensação ambiental, sequestrados no governo Anastasia e mantido pelo atual governo. Serão distribuídos folders aos motoristas, alertando quanto às diversas causas dos incêndios.
Lixo na estrada que atravessa o parque
A ação também visa alertar sobre a quantidade de lixo jogado nas margens da estrada que atravessa o parque, ligando a BR-040 ao distrito de Casa Branca. O lixo recolhido durante 30 dias será exibido ao lado da portaria: garrafas, latinhas, vidro, peças de carros, embalagens plásticas e até mesmo roupas e panos encheram 22 sacos de 50 litros. O recolhimento é feito pelos funcionários do parque nas sextas e segundas-feiras, pois é nos finais de semana que o tráfego aumenta, chegando a milhares de veículos que se dirigem ao próprio parque, a Casa Branca, aos diversos condomínios que lá existem, sítios e ao Inhotim.
“Jogar lixo pela janela dos carros mostra o despreparo das pessoas na convivência com ambientes naturais. A maioria que atravessa ou visita o parque declara que tem como motivação as belezas naturais da região, pontilhadas por serras e florestas, mas parece que não se importa em preservá-las”, disse Elizabete Lino, assessora institucional da Amda.
Para mais informações: (31) 3291-0661