Mais uma vez, Parque do Rola Moça está sendo destruído por gigantesco incêndio
Press Release
Belo Horizonte, 4 de setembro de 2017 – Depois de apenas uma semana, as chamas voltam a destruir o Parque Estadual Serra do Rola Moça. O incêndio começou na tarde deste domingo (03) e está consumindo rapidamente a unidade de conservação.
As chamas já destruíram grande parte do Rola Moça, atingindo áreas de florestas e campos que estavam em processo de recuperação após serem dizimadas por um grave incêndio em 2011. Esperando ansiosamente pelas chuvas, as árvores utilizaram de suas últimas energias para renovar a copa, ou seja, sua resistência contra o fogo, neste momento, é praticamente nula.
Duas brigadas profissionais da Amda em parceria com a Vale atuam no combate desde ontem. À noite, equipes de brigadistas voluntários da organização, o ICB Guará e Gerdau lutaram contra as chamas até a madrugada e retomaram os trabalhos hoje pela manhã.
No momento, aproximadamente 150 pessoas atuam no combate. Além da Amda, estão no local equipes do ICB Guará, condomínios Quintas de Casa Branca, Aldeia da Cachoeira, Retiro do Chalé, Retiro das Pedras; B 1, bombeiros e jipeiros voluntários. Dois aviões que lançam água também dão apoio ao combate.
O fogo segue queimando violentamente o Rola Moça. A alta temperatura e ventos muito fortes dificultam o combate e espalham as chamas rapidamente. O incêndio já destruiu a maior parte da floresta que protege o manancial Catarina.
O Monumento Natural Serra da Moeda também está sendo dizimado pelo fogo, que já atingiu as vertentes Brumadinho e Nova Lima, na bacia do Paraopeba e Velhas.
Mesmo contando com a estrutura e ação do Bemad, brigadistas do parque e apoio do air track, se não fosse a atuação das brigadas profissionais e voluntárias da Amda, da B1, do ICB e dos condomínios, a situação estaria pior, mostrando a necessidade de que o estado invista mais em estrutura de prevenção e combate a incêndios.
Uma das necessidades apontadas pelos ambientalistas é a criação de novos batalhões específicos para combate como o Bemad, que é o único no estado. “Não temos qualquer duvida quanto à importância da ação do Bemad, tanto no que se refere ao combate diretamente como o trabalho de aglutinar e coordenar as ações”, afirma Francisco Mourão, biólogo da Amda, que está atuando no combate voluntariamente.
“Enquanto o poder público federal, municipal e estadual não encararem os incêndios florestais como inaceitáveis, essa situação vai perdurar. Se estamos vivenciando essa estrutura deficitária aqui na capital, imagina nas outras UCs pelo estado”, critica Dalce Ricas, superintendente da Amda.
Ela destaca ainda a grande mobilização que está acontecendo neste momento na região de Casa Branca, não só de brigadistas voluntários que tentam impedir o avanço do fogo, mas também a generosidade da população, que se dispõe a levar alimentos para os combatentes e auxiliar nos deslocamentos, como os jipeiros, fato que demonstra cada vez mais que os incêndios já são considerados inaceitáveis por grande parte da sociedade.