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Trump aprova construção de polêmico oleoduto

Trump aprova construção de polêmico oleoduto
Donald Trump sorri após anunciar autorização para a construção do oleoduto Keystone XL / Crédito: Kevin Lamarque/Reuters

Contrariando decisão de Barack Obama, o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aprovou, na última sexta-feira (24), a construção do oleoduto Keystone XL da TransCanada Corp.

O oleoduto que ligará as areias petrolíferas do Canadá às refinarias dos EUA terá uma tubulação de 2.700 quilômetros – pouco menos que a distância entre São Paulo e Belém. O objetivo é trazer por dia 830 mil barris de betume do Canadá para serem refinados e exportados em Houston, no Texas.

Segundo reportagem do Observatório do Clima, o betume é extraído das areias betuminosas de Athabasca, na Província de Alberta, e é considerado o combustível fóssil mais sujo do planeta. Sua produção envolve não apenas a destruição do ecossistema local, de antigas florestas boreais, mas também gastos enormes de energia para separar o petróleo superpesado da areia – o processo consiste basicamente em dar um banho de vapor nesta última até derreter o petróleo.

A abertura à exportação do petróleo canadense tem potencial de emitir 8,4 bilhões de toneladas de CO2 a mais durante o tempo de vida do projeto (mais de quatro vezes tudo o que o Brasil emite por ano), o que dificultaria o cumprimento da meta do Acordo de Paris de estabilizar o aquecimento global em menos de 2ºC.

Proteção ambiental

Trump deve assinar nesta terça-feira (28) decreto que suspende, rescinde e reformula medidas de proteção ambiental com o objetivo de impulsionar a produção nacional de energia através da emissão de carbono.

Como parte do decreto, o presidente deve iniciar uma revisão do Plano de Energia Limpa, que restringe a emissão de gases de efeito estufa em usinas de carvão. Além disso, irá rescindir decretos de Obama, incluindo um sobre mudanças climáticas e segurança nacional e outro que visava preparar o país para os impactos do aquecimento global.

Segundo uma fonte do governo, a equipe de Trump ainda está discutindo a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, uma promessa de campanha.

Trump já afirmou anteriormente que considera o aquecimento global uma “farsa” inventada pelos chineses e criticou diversas vezes as leis sobre as usinas de energia como um ataque aos trabalhadores norte-americanos e à indústria do carvão, que passa por dificuldades.

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