Parque Serra do Rola Moça está mais uma vez ameaçado
Mais uma ameaça poderá afetar, de forma significativa, o Parque Estadual da Serra do Rola Moça e outras áreas naturais do segmento Sul da Região Metropolitana de Belo Horizonte: desta vez é um mega-empreendimento imobiliário da C-Sul, previsto para ocupar extensas áreas ao longo da BR 040, envolvendo partes da APA Sul RMBH, da zona de amortecimento do parque e de outras UCs da região. Este assunto foi tema da última reunião do conselho consultivo da unidade de conservação, realizada no último dia 13 de fevereiro.
Francisco Mourão, membro do conselho consultivo do parque e biólogo da Amda, explica que a área é ecologicamente muito importante por ter ainda expressivos remanescentes de vegetação nativa e por funcionar como recarga hídrica de mananciais de água utilizados no abastecimento urbano da capital mineira e de municípios vizinhos. O biólogo destaca a ocorrência dos Campos Ferruginosos, ambientes endêmicos e restritos a pequenas áreas do Quadrilátero Ferrífero mineiro, com muitas espécies da flora e fauna raras e ameaçadas.
Para o biólogo, os estudos ambientais apresentados pela C-Sul deixaram de considerar uma série de fatores ambientais relevantes, como a existência de remanescentes de vegetação nativa protegidos pela lei federal de proteção da Mata Atlântica e a existência de espécies raras e ameaçadas. Destaca a ocorrência de duas espécies de crustáceos em lagoa temporária localizada na cabeceira da Lagoa Grande (Lagoa dos Ingleses). Crustáceos estes que têm suas áreas de ocorrência muito restritas (uma delas é registrada em apenas três locais).
“Se viabilizado o empreendimento, esta espécie corre sério risco de se extinguir”, explica o Mourão.
Além da Amda, outras entidades presentes à reunião se posicionaram contra o empreendimento. Estas entidades, através da Frente Ambientalista Mineira pretendem levar suas preocupações ao Copam.