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Novo atraso volta a comprometer unidades de conservação mineiras

Novo atraso volta a comprometer unidades de conservação mineiras
Parque Estadual do Itacolomi é uma das unidades de conservação que está com os salários atrasados / Crédito: Internet

Press Release

Belo Horizonte, 22 de novembro de 2016 – Após receber denúncias, a Amda apurou que funcionários de unidades de conservação mineiras não receberam salário referente ao mês de outubro. Desta vez, o problema está acontecendo com a empresa Verso, que juntamente com a Cristal contrata funcionários terceirizados pelo governo para UCs do estado. A empresa não recebe o repasse do recurso do Estado há três meses.

Segundo José Geraldo, diretor da Verso, a empresa estava pagando os salários com recursos de seu próprio caixa, mas neste mês, após completar três meses sem receber o repasse do recurso, conseguiu fazer o pagamento somente dos benefícios (transporte e alimentação), não tendo mais condições de manter a folha de pagamento sem receber o repasse. Geraldo informou que a empresa pretendia protocolar nesta terça-feira (22) documento solicitando prazo máximo para que o Estado faça o repasse até a próxima sexta-feira (25).

Evânia Santana, gerente do Parque Estadual Nova Baden, situado na cidade de Lambari, afirmou que a situação está complicada. Lá trabalham nove pessoas que continuam exercendo suas atividades apesar do atraso e da incerteza de regularização. “Temos funcionários que são arrimos de família e tem filhos pequenos, estamos muito preocupados com a situação”, afirmou.

Os parques Itacolomi, em Ouro Preto, e Serra Verde, em BH, a Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias e o Monumento Natural Serra da Moeda também estão na mesma situação.

De acordo com a Semad, o atraso do repasse do recurso não corresponde a três meses, como a empresa Versos afirma, mas sim de apenas um mês. O órgão garantiu que o problema será solucionado até o final desta semana.

Problemas com pagamentos de funcionários terceirizados é recorrente

No começo de 2016, a empresa Cristal (que também é responsável pela contratação de funcionários de unidades de conservação do estado) ficou em débito com os funcionários por dois meses por estar com a Certidão Negativa de Débitos vencida – o documento é exigido para repasse dos recursos pelo Estado através da Semad. Em agosto, pela mesma razão, os salários voltaram a atrasar.

A situação só foi regularizada depois de audiência no Ministério Público do Trabalho, realizada no dia 25 de outubro, na qual a Semad concordou em quitar os salários em atraso utilizando os créditos retidos que seriam transferidos para a empresa.

Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, o atraso dos recursos da Verso é ainda mais grave porque a empresa não tem problemas de documentação. “Minas está sendo ‘riscada do mapa’. Além de sequestrar a maior parte dos recursos arrecadados pela Semad com licenciamento, taxas e compensação, o governo não quer devolver nem o suficiente para pagar salários”.

Para mais informações: (31) 3291-0661