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Ibama nega licença para hidrelétrica Tijuco Alto

Após 28 anos, o polêmico projeto da usina hidrelétrica de Tijuco Alto, que a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantim, pretendia erguer no Vale do Ribeira, em São Paulo, foi definitivamente engavetado. A cartada final foi dada pelo Ibama que, no início deste mês, negou o pedido de licença prévia ambiental do empreendimento.

O projeto foi duramente criticado por ambientalistas, que conseguiram travar a construção da hidrelétrica desde o final da década de 1980. Em seu parecer, o Ibama endossou uma série de impactos ambientais do empreendimento, começando pelo fato de o mesmo estar inserido integralmente no bioma Mata Atlântica.

De acordo com o órgão, foram encontradas 43 espécies de flora com algum grau de ameaça na região da usina. O reservatório da hidrelétrica atingiria também duas grutas e terras contendo sítios arqueológicos relevantes. A região ainda tem presença expressiva de comunidades tradicionais e quilombolas.

Além disso, a desproporção na relação entre área inundada e geração de energia é gritante. O Ibama exemplifica citando quatro projetos erguidos recentemente: Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO) e Foz do Chapecó e São Manoel, que ficam nos rios Uruguai (RS/SC) e Teles Pires (MT/PA), respectivamente. Enquanto essas usinas alagaram entre 9,1 e 12,2 hectares para cada MW de energia firme, a relação em Tijuco Alto fica em 69,6 hectares.

“A eventual implantação da UHE Tijuco Alto resultaria na inundação de uma área considerada como prioridade extremamente alta para conservação da biodiversidade e, em contrapartida, geraria uma quantidade de energia pouco significativa para o sistema interligado nacional, o que demonstra que o empreendimento não se justifica do ponto de vista ambiental”, conclui o despacho do Ibama.

Com informações do Valor Econômico