População de animais selvagens caiu 58% desde 1970
Entre 1970 e 2012, a população de animais selvagens foi reduzida em 58%. Até 2020, esse índice pode alcançar 67%. Os dados alarmantes constam no mais recente estudo The Living Planet Report 2016 (Planeta Vivo, em tradução livre), divulgado a cada dois anos pela Zoological Society of London (ZSL) e organização ambiental WWF.
O relatório estudou 3,7 mil espécies de aves, peixes, mamíferos, anfíbios e répteis, o que representa 6% do número total de vertebrados existentes no mundo. Os pesquisadores então analisaram as mudanças no tamanho das populações desde 1970.
O estudo anterior, publicado em 2014, calculava que a população de animais selvagens diminuiria 50% em 40 anos. Passados dois anos, essa estimativa chegou a 58% para o período.
Segundo Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF, a situação é pior em alguns grupos de animais. “Vemos uma forte redução especialmente entre as espécies de água doce. O declínio chega a 81% desde 1970 e está relacionado à maneira como a água doce é usada pelo homem e também à construção de represas, por exemplo”, pontuou.
Os pesquisadores concluíram que os vertebrados estão diminuindo a uma taxa de 2% ao ano. Se isso continuar, até o fim da década essas populações podem sofrer uma redução de 67% (em relação aos níveis de 1970). A pesquisa destaca a situação de espécies como os elefantes africanos – ameaçados pelo aumento da caça ilegal – e os tubarões, alvo da pesca predatória.
Ameaças
O principal fator responsável por tamanha redução da população de animais é a destruição de áreas selvagens para agricultura e exploração madeireira – a maior parte da área terrestre do planeta já foi impactada por seres humanos. A caça furtiva e a exploração de alimentos são outros fatores graves, devido à pesca insustentável e caça. A poluição também é outro problema preocupante, que atinge animais como orcas e golfinhos, seriamente impactados por poluentes industriais.
“Está claro que se continuarmos do jeito que estamos, vamos ver o declínio constante dos animais selvagens. Chegamos a um ponto em que não há mais desculpa para seguirmos assim”, afirmou Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF.