Ibama embarga garimpo no Pará
Após denúncia de índios Kayapó sobre os efeitos da poluição nos rios Trairão e Curuá, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) embargou o garimpo Esperança IV, em Altamira, no Pará, e aplicou multa de R$ 50 milhões à Cooperativa dos Garimpeiros e Mineradores do Brasil (COOGAMIBRA).
A Licença de Operação, emitida pela prefeitura de Altamira, determina a necessidade de autorização prévia para intervenções ou retirada de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APP). Além de não autorizar o desmatamento, a licença ambiental determina que o garimpo respeite distância mínima em relação às APPs. Nenhuma das exigências foi atendida, segundo o Ibama.
O impacto mais grave é a poluição causada pelos resíduos resultantes do garimpo, principalmente o mercúrio, metal pesado altamente tóxico que se acumula nos organismos vivos e se espalha pelas cadeias alimentares. Entre os efeitos da intoxicação pelo contato com a substância estão paralisia cerebral, surdez, cegueira, danos sensoriais e motores graves, aumento do risco de ataques cardíacos e problemas nos rins.
O garimpo irregular provoca aumento de turbidez da água, alteração da calha original dos rios, descaracterização de paisagens naturais, comprometimento da vida aquática e da navegabilidade. Os impactos podem ser irreversíveis.
O Ibama determina a retirada de todo o maquinário e estruturas presentes no local, com possibilidade de apreensão ou destruição em caso de não cumprimento.
Com informações do Ibama