Ambientalistas alertam chegada de espécie invasora ao Mediterrâneo
A chegada de uma espécie invasora ao Mediterrâneo oriental está preocupando ambientalistas. Segundo a União Internacional para a Preservação da Natureza (UICN), o peixe-leão pode dizimar outras espécies de peixes, com consequências para o resto do ambiente marinho da região.
O animal foi visto em águas próximas à Turquia e ao Chipre. “Isso mostra que o peixe está se espalhando, e é motivo de preocupação”, disse Maria del Mar Otero, da UICN.
O peixe-leão é uma espécie tropical com farpas venenosas e uma picada dolorosa que pode causar dor extrema, vômitos e paralisia respiratória. A espécie predadora e altamente invasiva é nativa do sul do Pacífico e do Oceano Índico. Apesar das suas cores que chamam atenção e seus movimentos lentos, nem os tubarões se atrevem a chegar perto do peixe-leão, deixando o caminho livre para que eles se alimentem e acabem com outras espécies que mantém as algas sob controle.
“Isso pode atrair novas espécies invasoras por causa do enfraquecimento da fauna e flora locais”, disse Carlos Jimenez, biólogo marinho do Instituto Chipre. De acordo com Jimenez, a espécie “poderá ter um forte impacto negativo sobre os ecossistemas, assim como nas economias locais”.
O peixe-leão foi visto pela primeira vez em Cuba em 2007, e em dois anos se tornou comum nas águas ao redor da ilha, segundo Delmis Cabrera, bióloga marinha no Aquário Nacional em Havana. Os primeiros registros da espécie nas águas do Mediterrâneo ocorreram perto de Israel, em 1991.
A Associação de Estados do Caribe organizou uma cúpula para discutir formas de combater a disseminação do peixe. Cuba, Colômbia e Bahamas têm incentivado suas populações a comerem o peixe-leão para reduzir a população da espécie na região.
Cuba passou a realizar um torneio anual de pesca para a espécie. Restaurantes começaram a servir a sua carne branca suculenta, que há muito tempo é apreciada como uma iguaria no Japão.
Com informações da Agence France-Presse