Notícias

Especulação imobiliária é a maior ameaça à integridade do Parque Estadual Serra do Rola Moça

Especulação imobiliária é a maior ameaça à integridade do Parque Estadual Serra do Rola Moça
Incêndio no Parque Estadual da Serra do Rola Moça em outubro de 2014 / Crédito: Amda

Press Release

Belo Horizonte, 09 de maio de 2016 – A maior ameaça à integridade ao Parque Estadual Serra do Rola Moça é a expansão urbana, principalmente no município de Ibirité. O Instituto Estadual de Florestas (IEF) detectou nada menos do que 12 parcelamentos irregulares na zona de amortecimento da unidade de conservação. A maior parte, em áreas fundamentais à conectividade entre ambientes de campo presentes nas partes mais altas do parque e ambientes de floresta no pé da serra.

Esses corredores são fundamentais à sobrevivência da fauna e flora do parque, que inclui espécies ameaçadas como lobo-guará, onça parda, gato-selvagem e inúmeras espécies de aves. Além disso, quanto maior a proximidade da área urbana, maiores são os números de ocorrência de incêndios florestais, que anualmente mobilizam centenas de brigadistas com altos custos financeiros e danos ambientais ao parque.

O loteamento Novo Barreirinho, que será discutido hoje pelo conselho do Rola Moça, começou há cerca de dois anos e foi paralisado por liminar concedida ao Ministério Público. No Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com a prefeitura de Ibirité e a empresa Liberdade Empreendimentos – pertencente à família do prefeito Antonio Pinheiro – ficou determinado que deverão ser apresentados estudos ambientais que comprovem a ausência de riscos à fauna, flora e manutenção da conectividade entre os ambientes mencionados e aos mananciais de água. Os estudos deverão ser aprovados pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

“Dificilmente a empresa conseguirá comprovar isto, pois se o empreendimento for implantado, o controle de ações humanas no que se refere a incêndios, corte de árvores, caça e captura de animais tornar-se-á impossível. A não ser interesses econômicos, nada mais explica a insistência dos empreendedores em ocupar a zona de amortecimento do parque”, afirma Dalce Ricas, superintendente executiva da Amda. Para ela, a integridade do parque está acima de qualquer atividade econômica e o poder público já deveria ter tomado providências para protegê-lo.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirité promete comparecer em peso à reunião para protestar contra a prefeitura. A sobrevivência dessa atividade econômica, que depende fundamentalmente dos mananciais de água está ameaçada pela expansão urbana. “Nós queremos entender porque a legislação funciona para os pequenos e não para os grandes”, questiona Marlene Antonia, presidente do sindicato, que comparecerá à reunião. A Amda, através de Francisco Mourão, apresentará parecer técnico sobre o assunto para subsidiar a discussão no conselho.

A reunião acontecerá às 14h no centro administrativo do Rola Moça. O assunto deverá ser pautado para discussão por volta das 16h.


Para mais informações:
(31) 3291-0661