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Mitsubishi admite manipulação de testes de emissão de poluentes

Desde 1991, a Mitsubishi Motors utiliza um método para manipular testes de emissões para apresentar rendimentos de energia melhores em seus veículos. A fraude envolve pelo menos 625.000 veículos de pequeno porte, alguns construídos pela também japonesa Nissan.

O anúncio aconteceu no momento em que a indústria automobilística passa por controles mais rígidos, depois que a alemã Volkswagen admitiu ter instalado um software para manipular os resultados de emissões em milhões de veículos.

“A única coisa que posso fazer é pedir desculpas, mas eu não estava a par”, afirmou o presidente da Mitsubishi, Tetsuro Aikawa, antes de admitir que a crise vai abalar as finanças da empresa.

Para tentar esclarecer o caso, a Mitsubishi anunciou a criação de uma comissão especial de investigação, composta apenas por especialistas externos. Um relatório deve ser apresentado em três meses.

Vários diretores afirmaram em entrevista coletiva que os métodos de medição de eficiência energética não foram substituídos quando, há alguns anos, o governo japonês determinou uma modernização à indústria automobilística.

Na semana passada, o Ministério dos Transportes realizou uma operação na empresa, uma década depois da montadora ter sido salva da falência após a descoberta de que havia ocultado uma série de falhas em seu veículos.

No último sábado, o jornal econômico Nikkei informou que a empresa pretende indenizar os clientes afetados pela fraude.

Volkswagen

Em setembro do ano passado, a Volkswagen foi denunciada por fraudar o software que calcula a quantidade de óxido de nitrogênio (NOx) emitida no planeta, presente em quase 500 mil automóveis a diesel vendidos no país. O assunto ganhou ainda mais repercussão quando o grupo admitiu que 11 milhões de carros no mundo todo possuíam o sistema adulterado. O caso levou, inclusive, à renuncia do presidente executivo da VW, Martin Winterkorn.

A denúncia partiu da Agência de Proteção Ambiental (EPA) norte-americana, que observou o funcionamento do software de controle de emissões de gases na atmosfera. Os modelos Jetta, Beetle (fusca), Golf, Passat e o Audi A3, que pertencem ao grupo Volkswagen, fabricados entre 2009 e 2015, foram investigados. O sistema funciona apenas durante vistorias e, após aprovação para rodagem, os dispositivos ficam desligados e os veículos poluem mais que o permitido por lei.