Notícias

Metade dos patrimônios naturais do planeta está ameaçada

Metade dos patrimônios naturais do planeta está ameaçada
Chapada dos Veadeiros

Atividades como extração de petróleo, mineração, pesca predatória e desmatamento ameaçam 114 Patrimônios Mundiais Naturais no planeta. O número corresponde a quase metade das 229 localidades eleitas pela Unesco como as de paisagem mais preciosa e de conservação prioritária. No Brasil, seis das sete riquezas estão na lista vermelha: as ilhas atlânticas (Fernando de Noronha e Atol das Rocas), a Chapada dos Veadeiros (Goiás), a Costa do Descobrimento (Bahia), as reservas do Sudeste da Mata Atlântica, o Pantanal e o Parque Nacional do Iguaçu. Apenas o complexo da Amazônia Central não registra intervenções danosas em seu ecossistema.

Aproximadamente 20% dos patrimônios naturais sofrem com mais de uma atividade industrial. Na Costa do Descobrimento, por exemplo, há registros de exploração de petróleo, mineração e construção de rodovias.

Onze milhões de pessoas dependem dessas áreas para subsistência e sofrem o impacto das atividades econômicas e 90% dos sítios podem gerar emprego e benefícios para a população ao redor.

Mario Barroso, superintendente de Conservação do WWF-Brasil, alerta que o panorama de outras unidades de conservação sem o mesmo status de proteção pode ser ainda pior.

“Mesmo o reconhecimento mundial de uma área não a torna isenta de ameaças. Então, imagine os problemas de regiões que não têm este título? No Brasil, só há mais esforços se uma área tiver visibilidade. O Parque do Iguaçu, mesmo ameaçado, tem mais apelo porque é uma região turística. A Chapada dos Veadeiros, por sua vez, é isolada e por isso não atrai investimentos e fica vulnerável a atividades como a mineração”, comenta.

Segundo Bernardo Baeta Neves Strassburg, diretor executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS), o levantamento aponta que os esforços para conservação dos patrimônios naturais são “insuficientes” e “decepcionantes”.

“O maior desafio da sustentabilidade é ensinar as pessoas a pensarem a longo prazo. Infelizmente os projetos ambientais mudam a cada governo, e o mercado não paga a quantidade correta de impostos para explorar os recursos naturais. Isso mostra como o meio ambiente não é encarado como parte de nosso patrimônio estratégico”.

Com informações do O Globo