Branqueamento atinge 95% da seção norte da Grande Barreira de Corais
Noventa e cinco por cento da seção norte da Grande Barreira de Corais está sofrendo com o processo de branqueamento, causado pelo aumento da temperatura da superfície do mar. A informação consta em pesquisa desenvolvida por uma universidade australiana.
Foram examinados 520 corais e apenas quatro se salvaram do processo pelo qual as colônias de Coelenterata Anthozoa perdem sua cor como resultado do estresse ambiental.
Os corais mantêm uma relação simbiótica especial com um gênero de algas microscópicas chamadas zooxanthellae, que satisfazem 90% de suas necessidades energéticas. Quando a água se aquece demais, o coral expulsa a zooxanthellae e se branqueia até morrer no prazo de cerca de um mês, mas se a água esfriar antes, sobrevive e recupera a cor.
“Ainda é demais em breve para precisar quantos morrerão, mas a julgar o branco neve nos corais, calculo que a metade deles morrerá no mês próximo, mais ou menos”, alertou o acadêmico Terry Hughes.
Justin Marshall, especialista na matéria da Universidade de Queensland, declarou que a mudança climática é responsável pelo branqueamento e criticou o governo por se omitir diante das provas apresentadas desde 1998 sobre a existência do efeito estufa. “Era inevitável que este fenômeno de branqueamento ocorresse e agora ocorreu. Necessitamos unir a comunidade mundial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa”, insistiu Marshall.
A saúde da Grande Barreira, que abriga 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos, começou a se deteriorar na década de 1990 pelo duplo impacto do aquecimento de água do mar e pelo aumento de sua acidez pela maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.
Com informações da Agência Efe