Greenpeace lança campanha contra construção de grandes hidrelétricas na Amazônia
O governo federal pretende construir 43 grandes hidrelétricas, com mais de 30 MW de capacidade instalada, na bacia do Tapajós, um dos últimos grandes rios da Amazônia a correr livremente. Contrário à construção de megaprojetos como este em biomas frágeis como a Amazônia, devido aos impactos irreversíveis na biodiversidade e no modo de vida dos povos da região, o Greenpeace está mobilizando a sociedade por meio da campanha Tapajós Vivo.
A maior hidrelétrica planejada para a região e considerada prioritária para o governo é a unidade São Luíz do Tapajós. Para erguer a barragem no Tapajós, de acordo com o Greenpeace, quase 400 km² de florestas teriam que ser derrubados. A hidrelétrica será construída no coração da Amazônia, em uma região de imensa biodiversidade e extrema importância para a conservação. Segundo a organização, já é possível observar impactos como aumento do desmatamento, redução da biodiversidade, deslocamentos forçados de comunidades indígenas e tradicionais, além da abertura de estradas ilegais e a invasão de terras indígenas por mineradores, caçadores e madeireiros criminosos.
Outras consequências negativas são o aumento populacional urbano sem planejamento, tráfico de drogas, prostituição e a escalada da violência. “Conclusão: o tão anunciado ‘progresso’ – principal argumento usado para convencer as comunidades locais a aceitarem estes projetos – não foi visto em nenhum dos projetos de grandes hidrelétricas implantados na Amazônia”, pontua a organização.
Para o Greenpeace, é preciso questionar a maneira como as decisões de construir estes megaprojetos em biomas frágeis são tomadas, sem a devida participação da sociedade. “É fundamental também desafiar a maneira como o Brasil está construindo sua matriz de energia, focada em megaprojetos de infraestrutura e deixando-nos cada vez mais dependentes da água como principal fator de geração de energia”, pontua a organização na página da campanha.
“Os últimos acontecimentos políticos do Brasil têm mostrado que por trás da escolha desse modelo envolvendo megaprojetos de hidrelétricas há interesses políticos que favorecem grandes empresas e alimentam um círculo vicioso de corrupção e mau uso do dinheiro público”, alerta. A entidade acredita que o Brasil deveria investir no enorme potencial representado pelas energias renováveis verdadeiramente limpas, como o sol e o vento.
Você pode ajudar a manter o Tapajós vivo ao juntar sua voz em favor deste ecossistema único e frágil para protegê-lo antes que seja destruído. Mais de 85 mil pessoas já assinaram a petição. Junte-se a nós! Assine e compartilhe com seus contatos!