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Guardas-parques não recebem salário desde dezembro

Guardas-parques não recebem salário desde dezembro
Parque Estadual do Rio Preto

Press Release

Belo Horizonte, 3 de março de 2016 – Os funcionários do Parque Estadual do Rio Preto, localizado em São Gonçalo do Rio Preto, até hoje aguardam o pagamento da segunda parcela do 13º e o salário de janeiro. O receio é de que também não recebam pelo trabalho de fevereiro. A empresa responsável pelo pagamento dessa e outras unidades de conservação de Minas é a Cristal, terceirizada pelo Estado.

A mesma situação se repete no parque do Rio Doce e na Serra do Brigadeiro, que possui 20 funcionários. Há relatos de gerentes que tiram dinheiro do próprio bolso para que sua equipe consiga colocar comida na mesa de casa. O sucateamento dos órgãos ambientais mineiros expõe ainda mais as unidades de conservação. Praticamente abandonadas pelo estado, elas sobrevivem graças aos incontáveis esforços dos gerentes e guardas-parques, que fazem verdadeiros milagres para proteger essas áreas.

Mas a situação tende a se complicar ainda mais. Com o número de contingente e infraestrutura reduzidos por falta de recursos, os guardas-parques têm um grande desafio à frente: o período seco. Sem chuvas, o risco de ocorrência de grandes incêndios florestais, que dizimam áreas preservadas, aumenta muito e o combate fica mais complicado com pequenos grupos.

A redução de pessoal também impacta diretamente no turismo ecológico. No final deste mês temos o feriado da Semana Santa, quando os parques são bastante requisitados. Mas caso não haja guias suficientes ou estruturas adequadas, os visitantes podem ser barrados.

Segundo a diretora-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Adriana Ramos, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) está se empenhando ao máximo para solucionar o problema. Ramos explicou que a Semad enfrenta barreiras de ordem burocrática, pois a Cristal tem uma pendência com a receita federal, o que impede que o Estado repasse os recursos para pagamentos dos guardas-parques.

Se o estado romper com a empresa, será preciso realizar uma nova licitação, que, segundo informações do IEF, demanda entre dois e três meses. Depois, é preciso mais alguns meses para recontratação dos guardas-parques e, enquanto isso, o mais provável é que as unidades fiquem abandonadas à própria sorte.

Além disso, nesse intervalo, os funcionários das unidades de conservação ficarão sem receber, em situação financeira ainda mais grave, e muitos deles que se dedicam há anos na proteção dessas áreas terão que ir em busca de novo emprego porque obviamente precisam sustentar a si mesmo e suas famílias.

Para mais informações: (31) 3291-0661