Casal doa 410 mil hectares para integrar parque nacional no Chile

Um exemplo para o mundo. Kris e Doug Tompkins anunciaram, em janeiro deste ano, a doação de 410 mil hectares ao Chile para serem protegidos como parque nacional. A intenção é criar um corredor ecológico, somando mais de 4 milhões de hectares para criação do maior parque nacional do mundo, na Patagônia. Esta é a maior doação privada já registrada na história.

Há mais de 25 anos Kris e Doug atuam na proteção do meio ambiente. Além de empresários, ambos eram aventureiros: expedição em montanhas dos Andes e Himalaia e navegações em rios tortuosos mudaram suas visões do mundo.

Doug cresceu Millbrook, Nova York, e aos 17 anos partiu em uma viagem para esquiar e escalar. Em 1964, fundou a The North Face para fabricação e venda de equipamentos para o exterior. Anos mais tarde, ele seguiu para o sul em uma viagem à Patagônia para escalar o Monte Fitzroy, surfar, esquiar e escalar. A aventura foi documentada no filme Mountain of Storms. Ao retornar, ele fundou a empresa de roupas Esprit com sua primeira esposa, Susie. Esprit se transformou em uma multinacional, com mais de US $ 1 bilhão em vendas.

No final dos anos 80, Doug estava indignado com o crescimento da cultura do consumismo e bastante interessado em atuar em prol da conservação do meio ambiente. Ele vendeu sua parte da Espirit, criou a Foundation for Deep Ecology e foi morar no sul do Chile, para se concentrar na preservação de áreas verdes.

Em 1993, Doug se casou com Kris. Por 20 anos, Kris atuou como diretora executiva da fábrica de roupas Patagonia Inc. Ao reconhecer que o modelo de produção causava contaminação do ambiente, a empresa adotou um modelo de responsabilidade ambiental, mitigando seus impactos e educando seus consumidores acerca das ameaças ao planeta.

Durante quase uma década, Kris e Doug focaram seu trabalho na criação do Parque Pumalín, uma reserva natural pública com 300 mil hectares no sul do Chile, na região de Los Lagos. Em 2000, Kris fundou a Conservacion Patagonica, com o objetivo de criar parques nacionais no país.

“A conservação é nossa paixão: sentimo-nos privilegiados em poder trabalhar com isso. Mesmo nos momentos desanimadores, como quando vemos reportagens sobre a aceleração da perda de biodiversidade ou vemos que o Japão continua matando baleias com o falso pretexto de estudo científico. Não conseguimos imaginar deixar de trabalhar para ajudar a reverter a crise de extinção”, comenta Kris.