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Portaria libera pesca durante período reprodutivo de peixes

Uma portaria publicada na última sexta-feira (9), no Diário Oficial da União, suspende a proibição de pesca de várias espécies de peixe e de extração de ostras durante o período de reprodução, o chamado período de defeso. A decisão foi assinada pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, e pelo novo ministro do Meio Ambiente, Francisco Gaetani.

A suspensão vale por 120 dias, durante os quais “será realizado o recadastramento dos pescadores artesanais” e também “será feita a revisão dos períodos de defeso”. A Portaria Interministerial Nº 192, de 5 de outubro de 2015, suspende 10 portarias ou instruções normativas publicadas entre 1986 e 2009 que dizem respeito à proibição da pesca de determinadas espécies ou em determinadas bacias hidrográficas no período de reprodução dos peixes.

Em setembro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu uma discussão sobre o gasto público com o seguro-defeso. O seguro-defeso, ou seguro-desemprego do pescador artesanal, é um benefício dado pelo governo federal para pescadores artesanais durante o período de paralisação da pesca para preservação das espécies.

“Em poucos anos, chegou-se a gastar R$ 3 bilhões com o seguro-defeso. Eu não sei exatamente qual é a contribuição da pesca para o PIB, mas R$ 3 bilhões apenas para proteger o estoque de peixe é um numero significativo, e não é evidente que isso esteja alcançando esta proteção efetiva dos estoques de peixes através desse mecanismo”, disse Levy na ocasião.

Para a superintendente da Amda, Dalce Ricas, é possível que o governo esteja pagando pessoas que nunca pescaram um peixe na vida. “Não é novidade porque a corrupção está entranhada em todas as políticas públicas. O que os dois ministros – Kátia Abreu e Joaquim Lev – deviam fazer primeiro, antes que ela assinasse esta portaria desrespeitando o Ibama, é auditar o pagamento. Tomara que os dois vivam suficiente para saberem (afetados nunca serão é claro!) as consequências sociais quando as espécies acabarem”.