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Brasil pretende reduzir 43% da emissão de poluentes até 2030

Brasil pretende reduzir 43% da emissão de poluentes até 2030
Crédito: Timothy A. Clary - AFP

O Brasil deu, no último dia 27, um passo importante para tentar amenizar os efeitos das mudanças climáticas no planeta. Durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Nova York, a presidente Dilma Rousseff apresentou o plano de combate a gases poluentes, causadores do efeito estufa. A meta é reduzir a taxa de emissões em 43% até 2030.

Com base nas propostas apresentadas por outros países, Dilma considerou a medida ambiciosa, mas não mais do que as traçadas anteriormente. “A ambição continuará a pautar nossas ações”, disse. Os Estados Unidos, por exemplo, propõem diminuir de 26% a 28%, valor que o Brasil espera ultrapassar antes de 2025, com 37% previsto.

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, considerou a ação positiva, mas atenta que o país tem potencial para atingir níveis mais satisfatórios. “Se comparar com outros países que são grandes emissores, o Brasil é um dos que está se propondo a fazer mais. Mas se comparar com o que o país tem de potencial de redução de emissões, com a nossa responsabilidade e com a urgência, poderíamos ser mais ambiciosos”, afirmou.

Caso as metas dos países sejam alcançadas em 2030, o aquecimento esperado para o planeta é de 3ºC a 4°C. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) avalia que o ideal seria manter a média de 2°C.

Para que o Brasil possa alcançar o objetivo climático, Dilma defende o fim do desmatamento ilegal até 2030; reflorestamento de 12 milhões de hectares; restauração de 15 milhões de hectares de pastagem degradada; e alcançar 5 milhões de hectares de integração lavoura-pecuária-floresta. Na energia, a proposta é aumentar a taxa de fontes renováveis para 45%, sendo 23% apenas para as gerações elétricas, solar, eólica e de biomassa.

Se o Brasil atingir a taxa prevista, o país passará a emitir 1,16 gigatoneladas de CO2-equivalente em 2030, número bem abaixo dos 2,04 registrados em 2005. Estes valores são correspondentes à emissão líquida, que desconta o que é absorvido por terras indígenas e unidades de conservação. Já a emissão bruta prevê uma taxa em torno de 1,3Gt.

O CO2e ou dióxido de carbono equivalente é a multiplicação das toneladas emitidas de gases de efeito estufa pelo seu potencial de aquecimento global. O metano, por exemplo, é 21 vezes maior que o potencial do CO2. Ou seja, O CO2 equivalente do metano é igual a 21. Emissões desse tipo tem sido a principal preocupação dos países em relação ao meio ambiente e as medidas apresentadas integram ações para a 21º Conferência do Clima (COP 21), que acontece em dezembro deste ano em Paris.