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Brasil registra maior número de queimadas desde 1999

Brasil registra maior número de queimadas desde 1999
Brigadista da Amda combate incêndio no córrego do Monjolo

Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, 7 mil focos de incêndios foram registrados no Brasil. O número, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é o maior para o período desde 1999, quando começou o monitoramento. Dessa forma, o número de queimadas é 66% maior do que no mesmo período de 2014, quando foram identificados 4.182 incêndios.

Os estados que mais contribuíram para esse aumento foram Mato Grosso (1.502), Pará (833), Roraima (748) e Maranhão (589). De acordo com o pesquisador do programa de queimadas do Inpe, Fabiano Morelli, a atual situação é resultado da redução na quantidade de chuvas e do aumento nas temperaturas. Esse conjunto de fatores “foi o principal causador que favoreceu o aumento dos focos de incêndio, porque a vegetação já estava mais suscetível à sua propagação”.

Morelli destaca que qualquer atividade humana relacionada ao fogo, como a limpeza de terreno, por exemplo, pode se alastrar para uma área de terreno baldio, de um sítio vizinho, tornando-se novo foco de incêndio. O pesquisador afirma ainda que muitas vezes o fogo começa de forma intencional, por agricultores que querem limpar o terreno, ou renovar as pastagens, colocando em risco a vida das pessoas e animais.

Além disso, as queimadas são grandes geradoras de gases do efeito estufa. Segundo Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, as queimadas não naturais representam um problema ecológico e social. “Elas são hoje um risco para o equilíbrio ambiental do país, mas também à saúde humana, pois a diminuição da qualidade do ar provoca doenças respiratórias. Além disso, geram problemas com infraestrutura, como a queda no fornecimento de energia elétrica, perdas em propriedades rurais e má visibilidade em rodovias”, afirmou.

Com informações do EcoDebate