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Audiência na Câmara de Vereadores discutiu crise hídrica com sociedade civil

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal de Belo Horizonte realizou, na última quinta-feira (26), audiência pública para discutir a crise hídrica nos reservatórios da Copasa que abastecem a capital, da qual participaram Amda, Copasa, Prefeitura, Fiemg, Defesa Civil e outras instituições.

Integrante da comissão, o vereador Tarcísio Caixeta (PT), que solicitou a audiência, argumentou que há uma necessidade de aumentar a captação e conter a perda na distribuição da água, no entorno de 30%. “São medidas do âmbito do governo estadual, mas o Legislativo de BH vai fiscalizar e exigir melhorias do sistema, para que a crise hídrica na capital seja superada”, destacou Caixeta.

O vice-presidente da Copasa, Antônio Cesar Miranda Júnior, afirmou que “a crise da água reflete a forma como tratamos o meio ambiente”. No entanto, em nenhum momento os representantes da empresa abordaram a proteção dos mananciais e intenção de recuperá-los. Com relação a perdas de água no processo de distribuição, a Copasa informou que a resolução depende da troca dos milhares de quilômetros de canos que atravessam a cidade, o que além de caro, demoraria anos.

O presidente do Sindágua lembrou que a Copasa foi transformada em S.A. e tem como objetivo gerar lucros aos acionistas e não investir na resolução do problema de falta d’água.

Presente ao debate, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) falou sobre a dificuldade das médias e pequenas empresas de implantarem projetos de economia de água, devido a custos. Segundo ele, uma máquina que precisa ser substituída, custa as vezes, muito mais do que a empresa fatura e que se não houver políticas públicas de apoio elas não terão condição de mudar. Também afirmou que o rebaixamento de lençol freático pela mineração não “acaba” com a água, que é bombeada no processo e jogada em cursos d’água ou entregue à Copasa.

Maria Dalce Ricas, superintendente executiva da Amda, que também esteve presente na ocasião, afirmou que o maior risco é não termos de onde tirar água para o abastecimento humano, devido à degradação dos mananciais, cuja proteção ou recuperação nunca foi preocupação real da Copasa e do Governo, e que as medidas anunciadas por eles apenas amenizarão o problema a curto prazo. Como ilustração, a superintendente mostrou aos presentes a situação ambiental do rio Manso, com margens degradadas por minerações de argila, agropecuária e desmatamento.