EUA podem enfrentar mega seca a partir de 2050
Pesquisadores alertam que o sudoeste e as planícies centrais dos Estados Unidos correm o risco de enfrentar uma mega seca a partir de 2050 – a maior em mil anos. O estudo reforçou um consenso sobre as secas que deverão afligir essas áreas, causadas por um fenômeno duplo: precipitação reduzida e aumento da evaporação, impulsionado pelas altas temperaturas, que deixarão os solos mais ressecados.
A pesquisa envolveu comparação das reconstruções das condições climáticas do passado feitas a partir da análise dos anéis de crescimento das árvores – os anéis são mais largos em anos mais úmidos. Outros 17 modelos climáticos também foram considerados, além de índices diferentes usados para descrever a quantidade de umidade que se manteve nos solos. Com essas informações, foi possível entender a variação natural do sistema climático, separando o que são situações normais e o que seriam situações extremas.
O que o grupo descobriu foi que, após 2050, o sudoeste e as planícies centrais provavelmente passarão por períodos de estiagem que ultrapassariam até mesmo a chamada “anomalia climática medieval” nos séculos 12 e 13. “Tanto no sudoeste quanto nas planícies centrais, estamos falando de um risco de 80% de uma seca de 35 anos até o final do século, se a mudança climática se consumar”, disse o coautor do estudo Toby Ault, da Universidade de Cornell.
Apesar do desafio, Ault está otimista com a possibilidade de desenvolver estratégias para lidar com o problema. “Os registros que temos de mega secas do passado são baseados em estimativas de anéis de crescimento. Se você pensar bem, isso é um pouco animador, porque significa que as secas não foram ruins a ponto de matar todas as árvores. Estou otimista porque uma mega seca não significa não ter água – significa apenas ter muito menos água do que nos acostumamos a ter no século 20”, disse.