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Animais são cruelmente maltratados ao redor do mundo para satisfazer prazeres humanos
A cada três meses, o “ritual” para arrancar cruelmente os pelos sedosos dos coelhos angorás são repetidos em diversas regiões do globo. Presos por cordas, seus pelos são arrancados enquanto gemem de dor, sem nada poderem fazer. Os pelos retirados dessa maneira rendem mais dinheiro aos comerciantes, porque são mais longos e de melhor qualidade. Segundo a associação americana de defesa dos direitos dos animais Peta (People for the Ethical Treatment of Animals), 90% da lã angorá do mundo vêm da China.
Pelados, os coelhos são isolados novamente em suas pequenas gaiolas sujas, sem piso sólido ou roupa de cama e sem a companhia de outros animais. De acordo com a Peta, após o processo, muitos animais parecem entrar em estado de choque. No segundo semestre de 2013, um investigador infiltrado visitou dez lugares nas províncias de Jiangsu e Shandong, na China, onde os coelhos são explorados, e filmou o abuso. Em metade deles, os pelos eram arrancados. Nas outras, eram cortados ou rapados, processos que também machucam os animais. Nesses locais, era possível contar desde algumas centenas até cerca de 10 mil coelhos explorados.
Depois dos flagrantes de maus tratos, a Peta lançou uma campanha para denunciar as condições de produção da pele angorá. A iniciativa tem dado resultados. Nesta segunda-feira (9), a gigante têxtil espanhola Inditex, proprietária da Zara, anunciou que deixou de vender roupas de lã angorá e afirmou que a decisão está relacionada aos processo sofrido pelos coelhos na China. Segundo o porta-voz da empresa, o grupo, presente em 88 países através de suas oito marcas interrompeu a venda desses produtos no ano passado.
Em comunicado, a Peta informou que a “Inditex se junta as mais de 70 grandes marcas e varejistas, incluindo French Connection, Asos, Calvin Klein e Tommy Hilgige, que baniram permanentemente a lã após a investigação”.
Foie gras
Não são apenas os coelhos angorás que sofrem maus tratos para proporcionar prazeres fúteis às pessoas. Patos e gansos são explorados para produção do foie gras, uma iguaria da culinária francesa, conhecida também como “gavage”. A técnica utilizada é extremamente cruel.
Durante 17 dias seguidos, as aves são superalimentadas por um funil de mais de 40 centímetros inserido violentamente em suas gargantas. Esse processo faz com que o fígado aumente, em média, sete vezes em relação ao tamanho normal. A introdução do tubo provoca lesões no pescoço e pode causar dolorosas inflamações e infecções, além de provocar doenças no sistema digestivo, que podem ser mortais.
O foie gras é proibido em 22 países, entre eles Argentina, Áustria, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Irlanda, Israel, Noruega, Suécia, Suíça, Holanda, Reino Unido e até mesmo na Polônia, um dos maiores produtores mundiais. O estado da Califórnia, no EUA, também proibiu a iguaria. No Brasil, existem projetos de lei em São Paulo e no Paraná com o mesmo intuito.
Celas de gestação
Os porcos também são vítimas nas mãos dos humanos. As fêmeas passam praticamente a vida inteira confinadas em celas de gestação, pequenos cubículos de metal onde os animais não conseguem nem andar ou se virar. Em 2013, a Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal (Arca Brasil) lançou uma campanha contra as celas de gestação e, desde então, pressiona a rede de fast-food McDonald’s a se comprometer com a abolição do método cruel.
Em 2012, o McDonald’s já havia declarado nos EUA que até 2022 não mais compraria carne suína de fornecedores que utilizem esse sistema. Com atraso de dois anos, chegou a vez da América Latina. Conforme informações da Arca Brasil, em abril de 2014 a Arcos Dorados, empresa que representa o McDonald’s na América Latina, informou ter tomado medidas para diminuir o sofrimento de porcas reprodutoras. Em nota, a empresa pontuou que cobrará de seus fornecedores “que apresentem planos dentro de dois anos [até 2016] para limitar o uso de jaulas de gestação de porcos”, além de orientar que “optem pelo sistema de criação em grupo [dos animais] como alternativa”.
Para Marco Ciampi, presidente da Arca Brasil, a decisão poderia ter sido mais generosa. “Sabemos que esse compromisso ainda não elimina as celas e que o prazo para a transição é longo, mas é um passo importante, porque abre um precedente para que outras empresas adotem políticas mais éticas na produção animal”, afirmou.
Liberte os animais da crueldade! Não alimente essa rede internacional de maus tratos apenas para satisfazer prazeres fúteis como ter um casaco ou cachecol de lã angorá, comer uma iguaria francesa porque é chique ou uma carne de porco com gosto de sofrimento. A vida desses animais vale mais!