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Seca no Rio de Janeiro faz governador estudar possibilidade de dessalinização da água do mar
A seca que permanece no Brasil vem preocupando a população e líderes de estado. Os reservatórios de abastecimento de grande parte do sudeste brasileiro estão em baixa, sendo os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais alguns dos mais afetados. Como forma de amenizar a situação, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e seu secretário de Meio Ambiente, André Corrêa, vão se encontrar com técnicos de Israel e Espanha para discutirem a possibilidade de dessalinização da água do mar para abastecimento da população. Os países têm experiência no assunto: eles utilizam a água do Mar Mediterrâneo para distribuição. No encontro, que acontecerá no dia 10 de fevereiro, os técnicos apresentarão projetos do procedimento para avaliação.
Devido à falta de chuva, o nível da bacia do rio Paraíba do Sul – que atravessa os estados de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro – chegou a 0,49% no último dia 29, de acordo com informações da Agência Nacional de Águas (ANA). Dos quatro reservatórios que abastecem o Rio de Janeiro, dois – Paraibuna e Santa Branca, ambos localizado em São Paulo – já funcionam no volume morto, enquanto as usinas de Funil, no Rio, e Jaguari, em São Paulo, possuem pouco volume de água. Segundo o técnico da usina de Funil, Jorge Florentino, para que o nível do reservatório se eleve, é necessário chuva forte e constante: “Tem que ter chuva forte contínua por pelo menos três dias. Aí ele volta para uma expectativa de 60% (no volume da água)”, disse.
Apesar da grande seca, André Corrêa disse que o racionamento no estado não é certo, embora não seja totalmente descartado. “Nós não estamos na iminência de racionamento. Se começar a [pensar] assim, as pessoas vão começar a fazer reserva desnecessariamente. Aí, o cara começa a acumular baldes, ao invés de ajudar atrapalha”, argumentou.
O secretário disse ainda que haverá cobrança de sobretaxa para quem exceder no gasto de água e bônus para quem economizar: “a parte mais sensível do ser humano é o bolso. Cansei de apanhar no Facebook sobre isso, então eu vou explicar: quando se fala em sobretaxa, é sobretaxa e bônus. Sobretaxa para quem é gastão e bônus para quem economiza”, explicou.
Um ponto chave para entender a falta de água no Rio de Janeiro, assim como em todo o sudeste, é a bacia do rio Paraíba do Sul, que abastece 77 municípios, sendo 66 no Rio e 11 em São Paulo. De acordo com Corrêa, a vazão mínima que sai do Paraíba do Sul para o rio Guandu, que abastece a região metropolitana do Rio de Janeiro, era 190m³ e já passou para 140m³, diminuindo ainda mais a quantidade de água a ser distribuída.