Baía de Guanabara não estará despoluída para Jogos Olímpicos de 2016
Os competidores dos Jogos Olímpicos de 2016 vão navegar nas águas poluídas da Baía de Guanabara. O secretário de Ambiente do Rio de Janeiro, André Corrêa, descartou a possibilidade de se atingir a meta de redução em 80% no lançamento de esgoto na baía até o evento. O compromisso foi assumido pelo governo Sergio Cabral (PMDB) durante a campanha para escolha do Rio de Janeiro como cidade sede dos jogos.
“Não vai acontecer [a redução]. Independentemente de a meta chegar a 80% [os locais das provas] são os lugares da baía que têm melhor qualidade”, disse Corrêa. O secretário afirmou que não há risco de doenças para os atletas porque a qualidade da água nas raias que serão utilizadas para competições de vela é uma das melhores da baía. Sua maior preocupação é com o lixo flutuante. De acordo com Corrêa, serão feitas mudanças nas ecobarreiras para reforçar a contenção do lixo lançado pelos rios, para a redução dos gastos com os ecobarcos, que coletam os resíduos da superfície.
Pelos cálculos da secretaria de Ambiente, são necessários R$ 10 bilhões somente para universalizar o saneamento básico dos municípios no entorno da Baía de Guanabara. Segundo reportagem do Estadão, Corrêa criticou o programa de despoluição da baía, adotado após a Eco-92, afirmando que o volume financiado nos últimos anos, de cerca de R$ 1,2 bilhão, não é nem 1% do necessário.
Ainda segundo o Estadão, a secretaria do Ambiente está em contato com o técnico da seleção brasileira de iatismo, Torben Grael; com Alex Grael, engenheiro ambiental e velejador brasileiro; e a Cedae para avaliar a situação detalhadamente e chegar a uma conclusão precisa sobre o que será possível fazer após o carnaval.