Turismo excessivo na Antártica ameaça pinguins
A presença cada vez mais constante de turistas na Antártica e as mudanças climáticas estão aumentando os riscos de os pinguins contraírem doenças infecciosas. Especialistas acreditam que esses animais e outras espécies da região possuam sistemas imunológicos mais fracos devido ao isolamento dos patógenos comuns no mundo.
Segundo a International Association of Antarctica Tour Operators, cerca de 37 mil pessoas visitaram a Antártica na temporada de 2013-2014. Há vinte anos, foram 8 mil. Além disso, 4.400 pesquisadores podem estar simultaneamente na área durante os meses de pico.
“Os efeitos do turismo e da presença de cientistas terá efeitos”, alertou Wray Grimaldi, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia. Segundo ela, os pinguins são altamente suscetíveis a doenças infecciosas. Grimaldi faz pesquisas a respeito, baseada em dados sobre doenças nos animais mantidos em cativeiros, com dados desde 1947.
Sua equipe mostrou evidências de morte em massa dos animais em toda a Antártica, desde 1969. Há diversos agentes infecciosos envolvidos, inclusive a varíola aviária, que matou mais de 400 deles em 2006 e causou uma taxa de mortalidade de 60% dos pinguins afetados durante outra epidemia, em 2008.
De acordo com Grimaldi, os agentes de doenças podem ter chegado à Antártica por meio de pássaros migratórios, como gaivotas e petréis gigantes, embora algumas bactérias patógenas possam ter sido introduzidas por humanos.