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Duzentos periquitos são encontrados mortos em Manaus

Duzentos periquitos são encontrados mortos em Manaus
Periquitos-de-asa-branca são encontrados mortos em Manaus / Crédito: Ipaam/Divulgação

Duzentos periquitos-de-asa-branca (Brotogeres versicolurus) foram encontrados mortos na última quinta-feira (27) em Manaus, na avenida Efigênio Sales, em frente a um condomínio de luxo. Telas foram colocadas nas palmeiras imperiais que ficam em frente ao empreendimento e que são abrigo para os animais. O material deveria ser mantido por apenas um mês, mas continua cobrindo as árvores após dois anos. O caso gerou uma onda de protestos nas redes sociais exigindo investigação e medidas para proteger as aves. A causa da morte dos periquitos ainda não foi confirmada.

Em 2012, o condomínio Ephigênio Sales solicitou uma autorização para colocar telas ao redor das grandes palmeiras. Na época, a autorização foi concedida por um mês pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas). Porém, o material continua no local. A justificativa do condomínio para a decisão era de que as aves estavam prejudicando o desenvolvimento das plantas.

No dia em que foram encontrados mortos, 40 periquitos foram recolhidos pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) para análises. Seis foram para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o restante para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Cinco, entre as seis aves avaliadas pelo Ibama, apresentaram hemorragia interna. O resultado não é suficiente para fechar um diagnóstico, mas expõe indícios de que os periquitos-de-asa-branca podem ter sofrido intoxicação ou traumatismo.

Indignada com a situação, Flávia Soares, bióloga da Amda, critica a ação do residencial. “Os condomínios se instalam em locais antes naturais onde a fauna se abrigava e destroem suas áreas. Agora querem, de maneira cruel, impedir os animais de utilizar o pouco que restou de ambiente viável à sua sobrevivência. Cercar as palmeiras, que além de abrigo fornecem alimento aos pássaros é uma atrocidade. Se não querem conviver com a natureza e seus ‘sons’ deveriam optar pelos centro urbanos, onde a fauna está praticamente extinta”, afirma .

Nesta terça-feira (02), por determinação do Ipaam, o Corpo de Bombeiros retirou as telas que cobriam as palmeiras imperiais.