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Petrolífera ameaça parque nacional mais antigo da África

Petrolífera ameaça parque nacional mais antigo da África
Últimos espécimes do gorila das montanhas vivem no Parque Nacional Virunga / Crédito: Anda

Recentes descobertas energéticas colocaram o Parque Nacional Virunga em risco. Considerado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o local é o mais antigo parque nacional da África. A companhia petrolífera Soco International é a responsável por operações de petróleo em Virunga, que abriga uma biodiversidade criticamente ameaçada, incluindo os últimos espécimes dos gorilas das montanhas.

Localizado no parque, o lago Edward, onde supostamente está o petróleo, integra as nascentes do rio Nilo. Isto significa que um vazamento de petróleo pode contaminar a água de milhões de pessoas. “Qualquer toxina daqui poderia fluir até o Mediterrâneo. Isso poderia chegar até a Espanha”, alerta Emmanuel de Merode, diretor do Virunga. Segundo a ONG World Wide Fund for Nature (WWF), que luta para salvar o Virunga, mais de 50 mil famílias dependem deste lago para trabalhar, conseguir alimentos e água potável. Um relatório independente, encomendado pela organização, aponta que o parque poderia gerar mais de 400 milhões de dólares anuais por meio de atividades como ecoturismo e pesca.

Em junho deste ano, a Soco firmou uma declaração conjunta com a WWF prometendo realizar perfurações no Virunga apenas se a “Unesco e o governo da República Democrática do Congo concordarem que tais atividades não são incompatíveis com o status de Patrimônio Mundial”. A petrolífera também afirmou que não iria prejudicar zonas de transposição adjacentes.

Contudo, a batalha ainda está longe do fim. A Soco ainda não abriu mão de seus alvarás de operação e não se comprometeu a se retirar do parque. “Eles estão deixando a porta aberta”, diz Zach Abraham, da WWF.