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Greenpeace descobre atividade madeireira ilegal no Pará

Greenpeace descobre atividade madeireira ilegal no Pará
Crédito: Divulgação/Greenpeace

Após uma atividade fiscalizadora do Greenpeace, feita entre agosto e setembro de 2014 no oeste do Pará, a ONG ambiental descobriu várias áreas de exploração madeireira ilegais. Segundo investigações da organização, vários caminhões adentram a floresta durante o dia e lá são carregados com toras de madeira. À noite, aproveitando que a fiscalização é dificultada, eles seguem pelas estradas da região até as serrarias de Santarém e arredores. Aproximadamente 80 caminhões passam pela balsa que cruza o rio Curuá-Una, com destino à Santarém. O tráfego maior ocorre por volta de 23h e 1h30.

O Pará é hoje o estado que mais produz e exporta madeira da Amazônia, sendo que a madeireira de Santarém concentra o principal polo da indústria na região. De acordo com dados do Imazon – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 78% das áreas com extração de madeira no estado não apresentam autorização legal.

Segundo o Greenpeace, as três serrarias que recebem o produto ilegal já possuíam histórico de irregularidades e somam, juntas, um total de R$ 1,5 milhão em multas pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, nos últimos dez anos. São elas: Rainbow Trading Importação e Exportação, Comercial de Madeiras Odani e Sabugy Madeiras, que, utilizando a madeira ilícita, fazem exportações para Europa, China, Japão e Estados Unidos, além de outros países.

De acordo com os documentos oficiais, a Rainbow Trading recebe madeira de áreas autorizadas. Porém, após análise de imagens feitas pelo Greenpeace, nenhum desses territórios sofreram exploração. Ao mesmo tempo, terras públicas que concentram a madeira vetada demonstram claros sinais de desmatamento, havendo a presença de grandes clareiras na mata e várias estradas ligando esses caminhos.

Em maio de 2014, foi lançada uma campanha pelo Greenpeace para acabar com o comércio e extração de madeira não autorizada. Intitulada Chega de Madeira Ilegal, a ação busca, através de um apelo ao governo, maior fiscalização.

“A madeira ilegal é a porta de entrada para o desmatamento. A abertura de estradas por madeireiros torna a floresta mais suscetível à degradação e fragmentação. E, por passar despercebida pelos olhos dos satélites, esse tipo de destruição florestal nem entra na conta das emissões de gases do efeito estufa”, afirma Marina Lacôrte, da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Dadas às falhas estruturais do sistema de controle de madeira no Brasil e a histórica falta de governança na Amazônia, documentos oficiais não são suficientes para garantir a legalidade da madeira”, conclui.

Conheça melhor a campanha e faça também a sua parte na luta contra o desmatamento!