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Ibama libera exploração de pré-sal da bacia de Santos

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Retornáveis (Ibama) concedeu à Petrobras, na última semana, a licença prévia para exploração de campos de petróleo e gás natural da camada pré-sal na bacia de Santos, em São Paulo. O empreendimento prevê a instalação, até 2017, de 13 novos navios-plataforma nos blocos BM-S-9, BM-S-11 e na área da cessão onerosa, localizados entre 200 e 300 quilômetros de distância da costa. O projeto tem custo total estimado em R$ 120 bilhões.

O pedido de licenciamento ambiental foi apresentado pela Petrobras há quase um ano. O tempo de avaliação e liberação da licença prévia foi considerado curto pelo Ibama, dada a complexidade das operações envolvidas na exploração em águas profundas. Conforme informações da Agência Estado, a aceleração no processo aconteceu pois o Ibama passou a liberar a exploração de vários blocos de uma vez.

Em 2012, o Ibama havia liberado a primeira etapa de exploração do pré-sal da bacia de Santos. Desta vez, além das plataformas, o licenciamento envolve a realização de sete testes de produção antecipada e seis testes de longa duração. Trata-se do maior empreendimento já licenciado pelo Ibama desde sua criação, em 1989, segundo informações do próprio órgão ambiental.

A produção contribuirá para um acréscimo 742 mil barris de petróleo e 31 mil metros cúbicos por dia de gás natural, o que corresponde a aproximadamente 36% da produção atual de petróleo e 45% da produção de gás no Brasil.

Pré-sal

O pré-sal é uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal localizada alguns quilômetros abaixo do leito do mar. Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura.

Embora o Brasil ganhe em termos de produção de petróleo, terá de enfrentar perdas ambientais imensuráveis com a exploração em larga escala. “No decorrer da exploração, o principal problema será a transferência do monóxido de carbono retido na camada pré-sal por milhões de anos, em escala geológica, para a superfície. O que significa uma grande quantidade de carbono – principal responsável pelo aquecimento global – liberada na atmosfera em poucas décadas”, alerta o geólogo Jules Soto, doutorando em Zoologia Marinha. Além disso, os ecossistemas marinhos em diversos locais estarão em maior risco. “A poluição gerada pela exploração do petróleo gera prejuízos à biodiversidade marítima, à pesca e ao turismo”, comenta.