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Brasil pode receber lixeiras movidas a energia solar

Brasil pode receber lixeiras movidas a energia solar
Big Belly é movida a energia solar / Crédito: revista Ecológico

Em breve, o Brasil pode receber ecolixeiras inteligentes, uma alternativa para aprimorar a limpeza pública e reduzir a frequência da coleta e o volume de lixo destinado aos aterros sanitários. Belo Horizonte pode ser o primeiro município brasileiro a utilizar a Big Belly, lixeira inteligente e autossustentável movida a energia solar.

Com capacidade de 120 litros, a Big Belly é equipada com um compactador automático de 500 kg de força, o que permite acondicionar até seis vezes o seu volume. A título de comparação, as lixeiras convencionais atualmente usadas na capital mineira comportam, no máximo, 28 litros. “Isso sem contar que a nossa lixeira é camaleônica. Pode ser instalada em diversas configurações, com módulos independentes para acondicionamento de lixo orgânico, de plástico e metal, e ainda de papel e vidro que, óbvio, não são compactados. É possível acoplar até cinco recipientes, caso haja demanda real, ocupando praticamente o mesmo espaço físico das lixeiras tradicionais”, explicou Paulo Mello, um dos sócios da Bin Brasil, responsável pela introdução do equipamento no mercado nacional.

Além de utilizar energia renovável para seu funcionamento e ser capaz de compactar o lixo, a Big Belly ainda é capaz de monitorar. Isso acontece por meio de sensores que informam ao operador do serviço, com um aplicativo para aparelhos Android e Apple ou via e-mail e mensagens SMS, quando as lixeiras estão cheias. Com esse controle, a queda na frequência da coleta pode chegar a 70%, trazendo benefícios ambientais e financeiros imediatos.

Segundo reportagem da revista Ecológico, os resultados alcançados com o produto no exterior são animadores. Em Boston, nos Estados Unidos, a instalação de 600 ecolixeiras gerou, em apenas um ano, uma economia de US$ 13 milhões. Esse montante contempla tanto a economia obtida com a otimização dos serviços de coleta/transporte e destinação do lixo quanto o aumento da receita com a venda de materiais recicláveis, como latinhas de alumínio.

Custo

A Big Belly é importada e custa, em média, R$ 11 mil cada. Para reduzir esse preço, a Bin Brasil tem duas estratégias de atuação definidas. A primeira é fazer das lixeiras mais que um simples mobiliário urbano, transformando-as em verdadeiras vitrines para empresas que queiram associar sua marca ao viés ecológico do produto. “Foi exatamente essa a proposta que fizemos à Prefeitura de Belo Horizonte e estamos aguardando resposta. A ideia é instalar as nossas lixeiras sem um centavo de custo para o município, em troca do direito de explorarmos a publicidade. O Código de Posturas da capital prevê essa possibilidade e a Big Belly já foi testada e aprovada pelos técnicos da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU)”, comenta Alexandre Davis, também sócio da Bin Brasil.

Outro caminho para baratear o custo das lixeiras está em estudo junto ao governo estadual e diz respeito à montagem do equipamento no Brasil. A iniciativa permitirá o fomento de mais um importante braço da indústria da reciclagem no país, assegurando a geração de novos empregos, bem como a redução da carga tributária e a adoção das ecolixeiras em grande escala.