Notícias

Quarenta quilômetros do rio São Francisco podem secar nas próximas semanas

Quarenta quilômetros do rio São Francisco podem secar nas próximas semanas
Cânion do rio São Francisco localizado na cidade de Canindé de São Francisco

Nas próximas semanas, 40 quilômetros do rio São Francisco podem secar devido à baixa incidência de chuvas. O cenário foi previsto pela secretária nacional do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) e coordenadora-geral do Consórcio Municípios do Lago de Três Marias, Sílvia Freedman. Segundo cálculos da entidade, até 15 de outubro o volume útil deve atingir 0%.

“O rio vai parar de correr. Vamos ter só poças d’água”, afirmou Freedman sobre o trecho entre Três Marias e a foz do rio Abaeté. Em reuniões intersetoriais para discutir o que fazer com o rio, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que depois de atingir 3% do nível da represa não terá mais água correndo para as cidades ribeirinhas localizadas a jusante da represa. Atualmente, a represa recebe 14 metros cúbicos por segundo e libera 150 metros cúbicos por segundo, conforme informações do jornal Estado de Minas.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) discorda dos cálculos das entidades que atuam na represa de Três Marias e no São Francisco. “A previsão é de que o reservatório atinja 3% no fim de outubro, quando, a partir de então, se esperam o início das chuvas que poderão promover o reenchimento”, pontuou a estatal em nota.

Entretanto, a Cemig admite que a quantidade de água que chega nos reservatórios está entre as mais baixas desde 1931, o que justifica o volume reduzido que é liberado. “É fato que estamos atravessando um dos piores registros de vazão nas principais bacias do Sudeste”, apontou a companhia.

Cenário semelhante ao do rio São Francisco se repete em diversos municípios de Minas. Segundo dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), 148 localidades já decretaram situação de emergência devido à forte estiagem. Em algumas delas, medidas mais severas, como o racionamento de água, foram adotadas na tentativa de amenizar o quadro.

O rio Verde Grande também está sofrendo os prejuízos da falta de chuvas. “Com 15 metros de profundidade, ele secou pela primeira vez na história”, afirmou o superintendente administrativo da Cedec, major Arnaldo Affonso.

Em Gameleiras, que decretou situação de emergência, a única barragem está no limite porque os rios Coronel e Gorutuba, que abastecem o reservatório, não têm mais água. O que resta apresenta mau cheiro e turbidez. “Acreditamos que a água não estará mais própria para o consumo até o fim deste mês”, alertou o major.