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Desmatamento na Amazônia Legal aumenta 29% em um ano

Desmatamento na Amazônia Legal aumenta 29% em um ano
Vista aérea da floresta próximo à Santarém

A Amazônia Legal perdeu, entre agosto de 2012 e julho de 2013, 5.891 quilômetros quadrados (km²) de cobertura vegetal, uma área quase cinco vezes maior do que a cidade do Rio de Janeiro. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que a devastação foi 29% maior do que no período anterior, entre 2011 e 2012, quando 4.571 km² foram destruídos. Este é o primeiro aumento do índice nos últimos quatro anos.

“Se o próximo levantamento confirmar o aumento da devastação da cobertura vegetal, podemos ter um sério problema para retomar o seu controle. Mas, mesmo que não haja esse crescimento, não podemos nos contentar com um corte de mais de 5 mil quilômetros quadrados de floresta. Ela vai acabar do mesmo jeito, mais rápida ou mais lentamente”, alertou Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Embora a Amazônia Legal seja composta por nove estados, 59,1% do desmatamento mapeado ocorreram em apenas dois: Pará e Mato Grosso. “Dois dos problemas no Pará são a especulação imobiliária e a grilagem em estradas. O aumento do preço do ouro no mercado internacional também aumentou o garimpo na região. No Norte do Mato Grosso, onde estão os grandes produtores de soja, temos que lidar com a expansão da pecuária”, disse Francisco Oliveira, diretor do Departamento de Apoio de Política para o Combate ao Desmatamento na Amazônia, órgão do Ministério do Meio Ambiente.

A taxa de desmatamento é verificada com base em 216 imagens detectadas pelo satélite americano Landsat 8/OLI. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe, registra como desmatamento áreas maiores que 6,25 hectares onde ocorreu remoção completa da cobertura florestal, chamado corte raso.