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ALMG marca reuniões urgentes para aprovar PL que coloca rios de preservação permanente em risco

ALMG marca reuniões urgentes para aprovar PL que coloca rios de preservação permanente em risco
Rio São Francisco / Crédito: abelhudo.com.br

Press Release

Belo Horizonte, 9 de junho de 2014 – Duas reuniões extraordinárias da Comissão de Constituição e Justiça foram marcadas para hoje (9) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em cujas pautas está inserida a apreciação do Projeto de Lei (PL) nº 5245/2014, de autoria do deputado Lafayette Andrada. A primeira reunião está agendada para 14h30 e, caso não haja quórum, o PL ficará automaticamente pautado para as 19h30, ação que demonstra intenção de forçar a aprovação pela comissão, sem discussão com a sociedade.

O PL pretende alterar a Lei Estadual 15.082/2004 que trata dos rios de preservação permanente do estado, passando a permitir o revolvimento de sedimentos para a lavra de recursos minerais em seus leitos. O texto é uma nova versão do PL nº 3614 apresentado pelo deputado em 2012, quando enfrentou forte pressão de organizações ambientalistas, entre elas a Amda. As entidades solicitaram intervenção do então governador Antonio Anastasia e o projeto foi arquivado em abril de 2013.

Na justificativa do projeto, Andrada imputa a proposta a “interesses públicos”, à “necessidade de desenvolvimento do estado” e cita mineração de areia e cascalho.

Para Lígia Vasconcelos, assessora jurídica da Amda, o projeto não tem qualquer justificativa técnica e é inconstitucional. “Os deputados devem respeitar o Principio da Proibição de Retrocesso Ambiental na legislação. É inconcebível que a ALMG aceite votar este PL sem estudar o assunto. Não existe tecnologia capaz de minimizar mineração em leito de cursos d’água. Os impactos, além de gravíssimos, são irreversíveis, porque o revolvimento das dragas altera drasticamente o equilíbrio da biota aquática, além de causar processos erosivos nas margens e poluir a água”, disse.

Militantes da Amda comparecerão à reunião das 14h30, portando cartazes com dizeres contrários ao PL. Dalce Ricas, superintendente executiva da Amda, lembra que um dos rios incluídos no PL é o Peruaçu, último afluente à esquerda do Velho Chico, em Minas Gerais, que nasce no Parque Estadual Veredas do Peruaçu e atravessa o complexo de cavernas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, considerado um dos mais importantes ambientes naturais do país, devido à riqueza paisagística, biológica e científica.

“O rio Peruaçu já secou em alguns trechos, provavelmente devido a atividades agropecuárias. Ele precisa é de proteção e não de mais agressão. O deputado Lafayette de Andrada ou não conhece nada do que está acontecendo por lá, ou conhece e não se importa em contribuir para que os impactos que colocam em riso inclusive os dois parques, se agravem”, disse.

A Amda enviará ofício à direção do PSDB, a Aécio Neves, Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e para o governador Alberto Pinto Coelho.

Para mais informações: (31) 3291 0661