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Instituto Terra promove capacitação de produtores para recuperação de nascentes

A região do Vale do Rio Doce, entre Minas Gerais e Espírito Santo, é um local que vivencia as consequências do desmatamento e do uso desordenado dos recursos naturais. Diante desse cenário, o casal Lélia Deluiz Wanick Salgado e Sebastião Salgado resolveu devolver à natureza o que foi causado durante décadas de degradação ambiental. Eles mobilizaram parceiros, captaram recursos e fundaram, em abril de 1998, o Instituto Terra, organização ambiental dedicada ao desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Doce.

Um dos projetos do instituto, em fase de conclusão, tem como mote a recuperação de nascentes de afluentes do rio Doce a partir do programa Olhos d’Água. A iniciativa acontece no município de Colatina, no Espírito Santo, e contempla mais 25 nascentes das microbacias dos rios São João Grande e São João Pequeno, a partir de convênio estabelecido com o Sindicato das Indústrias de Olaria da Região Centro Norte do Estado do Espírito Santo (Sindicer).

O Sindicer foi responsável pela compra dos insumos necessários à proteção das nascentes, com exceção das mudas. A organização, além do projeto técnico, recibos de entrega de materiais e viabilização da assinatura do termo de compromisso junto aos produtores rurais participantes, respondeu pela doação e entrega das mudas de espécies nativas de Mata Atlântica para plantio no entorno das nascentes.

Já os produtores beneficiados foram responsáveis pelo isolamento das nascentes e o plantio das mudas, envolvendo ações como coroamento, abertura de berços, controle de formigas cortadeiras, plantio, replantio, controle de invasoras e roçadas manuais.

Capacitação de produtores

Em meados de março, a organização promoveu, dentro do projeto Doces Nascentes Capixabas, uma capacitação de produtores rurais sobre proteção e conservação de nascentes. A iniciativa atualmente está ajudando a proteger 15 nascentes de afluentes do rio Guandu a partir do apoio da Energest e do Instituto EDP.

Uma das palestras realizadas abordou o tema A Importância da Água na Agricultura e foi apresentada pelo técnico do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Ivan Marcelo Lins Nogueira. O evento contou ainda com depoimentos dos produtores já beneficiados pelo projeto, que apresentaram o sucesso obtido a partir da revitalização dos olhos d’água em suas propriedades.

O projeto Doces Nascentes Capixabas faz parte do programa Olhos D’Água, voltado para a revitalização da bacia hidrográfica do rio Doce e que já soma mais de mil nascentes protegidas ou em processo de recuperação em sete municípios banhados pela bacia, entre os estados do Espírito Santo e Minas Gerais.

Cafeicultura

Com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da atividade cafeeira na cidade de Aimorés, em Minas Gerais, o Instituto Terra prestou assessoria técnica a pequenos produtores do município no segundo semestre de 2013 para incentivar a adoção de práticas agroecológicas de produção e viabilizar a adequação ambiental das unidades atendidas. Desde 2009 o instituto atua em parceria com a cidade, viabilizando assistência técnica ambiental em segmentos produtivos agroindustriais.

O projeto Fortalecimento da Cafeicultura, desenvolvido em convênio com a prefeitura por meio do Departamento Municipal de Agricultura e Abastecimento, beneficiou 25 produtores. Durante a ação, os participantes receberam informações sobre poda, desbrota, adubação, controle de pragas e ervas daninhas, irrigação, colheita, beneficiamento e conservação do solo.

Além da assistência técnica por parte do Instituto Terra, o projeto permitiu efetivar outras parcerias com órgãos competentes na área para a realização de cursos e dias de campo com o objetivo de informar os proprietários sobre a criação de associações e as possibilidades de crédito rural voltado para melhorias de infraestrutura produtiva.


Com informações do Instituto Terra