Notícias

Brasil rejeita proposta para banir testes de cosméticos em animais

Brasil rejeita proposta para banir testes de cosméticos em animais
Crédito: Brain Gunn / IAAPEA

O Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), que pertence ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT), não aprovou a proposta apresentada pela ONG Humane Society International (HSI) para proibir, de uma vez por todas, os testes de cosméticos em animais. A decisão foi anunciada em reunião ocorrida em Brasília na última quinta-feira (20).

De acordo com reportagem do portal Planeta Sustentável, o Concea propôs um novo regulamento geral que obriga os laboratórios a utilizar alternativas para testes em animais, cinco anos depois de serem validadas pelo governo. Segundo a HSI, a medida é um retrocesso, uma vez que essa regra já existe no Brasil desde 1998, com uma diferença: antes da nova decisão do conselho, ela deveria ser cumprida pelos laboratórios imediatamente após a validação do método alternativo, e não no prazo de cinco anos.

Para a HSI, esse tipo de procedimento em bichos antiético, uma vez que causa dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e que pode ser substituído por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria da beleza que se desassociaram dessas práticas. “Dois terços dos brasileiros apoiam a proibição dos testes e 170 membros do Congresso Federal também defendem a ideia. É uma vergonha que os reguladores brasileiros não consigam respeitar a opinião da população e de seus representantes, que manifestaram de forma consistente sua forte oposição aos testes em animais para a indústria da beleza”, disse Helder Constantino, porta-voz brasileiro da campanha Liberte-se da Crueldade, da HSI.

No início do mês, a HSI lançou esta campanha no país a fim de sensibilizar a população e pressionar o Concea. A mobilização inclui uma petição online, que hoje tem mais de 20 mil assinaturas, e uma animação a respeito das crueldades que podem estar por trás dos produtos de beleza.

Em outro vídeo, as modelos e atrizes Fernanda Tavares, Fiorella Matthéis e Giselle Itié apoiam a campanha. “Se nós pudéssemos ver o sofrimento cada vez que compramos um produto cosmético testado em animal, acho que todos iriam devolver o produto na prateleira. Por favor, assistam ao vídeo e compartilhem com todos os seus amigos e assinem a declaração Liberte-se da Crueldade Brasil comprometendo-se a juntar a sua voz à nossa chamada para cosméticos com compaixão. Os animais não precisam morrer para a indústria de beleza do Brasil e, juntos, nós podemos parar isso”, disse Fiorella Mattheis.

A Cruelty Free International também criou uma petição online, direcionada à presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pedindo a proibição dos testes. O abaixo-assinado já conta com mais de 130 mil adesões.

Agora, a HSI pede apoio ao ministro da Ciência e Tecnologia, Clélio Campolina Diniz, para intervir na decisão do Concea. Enquanto o governo não bane a prática, as atitudes dos consumidores têm grande peso. Assista o vídeo, assine as petições e divulgue para seus contatos!

Saiba mais

De acordo com informações publicadas no site da Humane Society Internacional:

– Coelhos e roedores são os animais mais utilizados pela indústria de beleza para testes de toxicidade oral, cutânea e ocular. Os animais não recebem nenhum alívio da dor e são sacrificados ao final do ensaio por ruptura do pescoço ou asfixia;

– Testar cosméticos em animais é proibido em toda a União Europeia, Israel e Índia. Em janeiro, o estado de São Paulo introduziu uma proibição total de tais testes, a primeira proibição no Brasil;

– Centenas de empresas livres de crueldade produzem cosméticos sem novos testes em animais. Eles utilizam ingredientes com histórico de segurança já comprovados, combinados com testes sem animais, o que fornece resultados mais rápidos, mais baratos e mais relevantes para humanos.