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Brasil aparece em terceiro lugar no ranking de conflitos ambientais

Brasil aparece em terceiro lugar no ranking de conflitos ambientais
Pontos indicam

Um projeto inédito da Universidade Autônoma de Barcelona mapeou conflitos ambientais em todo o mundo. No mapa, o Brasil aparece em terceiro lugar (ao lado da Nigéria) em número de disputas. A mineradora brasileira Vale ocupa a quinta posição no ranking de empresas envolvidas nessas questões.

Na América Latina, o maior número de conflitos documentados pelo mapa está na Colômbia, com 72 casos, Brasil, com 58, Equador, 48 conflitos ambientais, Argentina, 32, Peru, 31, e Chile com 30 casos. Entre os 58 conflitos brasileiros há disputas agrárias como o caso de Lábrea, cidade no Amazonas próxima à fronteira com o Acre e Rondônia, onde agricultores são vítimas da ameaça de madeireiros e grileiros. Há ainda diversos conflitos indígenas, disputas por recursos hídricos e por reservas minerais.

Segundo o pesquisador da Fiocruz Marcelo Firpo Porto, vários conflitos estão associados à expansão da agricultura, mineração, hidroelétricas e exploração de petróleo em áreas de terras altas e no litoral. Entre as áreas afetadas, ele destaca os territórios de comunidades tradicionais que, historicamente, viviam de forma sustentável. O pesquisador aponta que vários casos também estão associados à construção de obras de infraestrutura e geração de energia, como estradas, ferrovias, oleodutos, complexos portuários, hidroelétricas e termelétricas e até fazendas de energia eólica.

Por enquanto, apesar de os milhares de conflitos assinalados ainda despertarem pessimismo, os responsáveis pelo mapa apontam para sinais positivos: “O mapa mostra tendências preocupantes como a impunidade de companhias que cometem crimes ambientais ou a perseguição dos defensores do meio ambiente, mas também inspira esperança. Entre as muitas histórias de destruição ambiental e repressão política, também há casos de vitórias na justiça ambiental”, disse Leah Temper, coordenadora do projeto. Este é o caso em 17% dos conflitos analisados: ações foram vencidas na justiça, projetos foram cancelados e bens foram devolvidos para algumas comunidades.