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Captação de água subterrânea descontrolada seca rio Peruaçu

Captação de água subterrânea descontrolada seca rio Peruaçu
Rio Peruaçu atravessa cavernas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu / Crédito: Bento Viana

O rio Peruaçu está correndo perigo. Segundo denúncias recebidas pela Amda, a abertura indiscriminada de poços artesianos para plantio de eucalipto nas chapadas – que são áreas de recarga do manancial para irrigação – secou trecho do rio dentro do Parque Estadual Veredas do Peruaçu, mesmo sendo suas nascentes protegidas pela unidade de conservação.

A Amda enviou, hoje (12), ofício à Marília Carvalho de Melo, presidente do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), solicitando que seja feita vistoria na região visando fechamento de poços que tenham sido abertos ilegalmente e avaliação ambiental dos que tenham sido autorizados. No ofício, a entidade cita os empreendimentos Fazenda Agrocoxá, de Marcus Feltrin; Fazenda Galana, de Celso Galana; Fazenda Vereda, de Willian Kennedy; e BrasilAgro como alguns dos responsáveis pela situação. A Amda enviou também representação ao Ministério Público pedindo abertura de inquérito para apurar os fatos.

Para Dalce Ricas, superintendente executiva da Amda, é lamentável e condenável a omissão do poder público, principalmente dos órgãos ambientais estaduais e federais em relação ao problema. “Não é de hoje que as denúncias vêm sendo feitas à Semad [Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável], sem que providências tenham sido tomadas. A seca do Peruaçu é dano direto ao Parque Estadual Veredas do Peruaçu e indiretamente ao Parna Cavernas do Peruaçu, cuja integridade está ligada ao rio do mesmo nome”, lamentou.

As veredas do Parque Estadual Veredas do Peruaçu e outras que existem na unidade de conservação são nascentes do rio Peruaçu, último afluente mineiro à esquerda do Velho Chico. O rio nasce no parque e atravessa o complexo de cavernas do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e sua proteção é imprescindível à integridade do mesmo.