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Apresentação de orcas em parques temáticos pode ser proibida

Apresentação de orcas em parques temáticos pode ser proibida
Apresentação de orcas em parque temático / Crédito: lolilujah/Creative Commons

Um projeto de lei pretende acabar com a apresentação de baleias orcas em parques temáticos. A proposta, de autoria do vereador de Santa Mônica (EUA) Richard Bloom, propõe banir o uso desses animais mantidos em cativeiros para fins de entretenimento. A iniciativa de Bloom foi inspirada pelo polêmico documentário Blackfish, que lança questionamentos a respeito da prática, entre eles se o fato de manter baleias em cativeiro pode encorajar atitudes agressivas dos animais.

O projeto limita a procriação dos bichos, proibindo a inseminação artificial das orcas em cativeiro e impedindo a importação de sêmen. Caso a proposta seja aprovada, seria permitido apenas a manutenção das orcas em cativeiro para programas de pesquisa científica, conservação e reabilitação. “Este projeto de lei tem o potencial de acabar com a profunda injustiça de exposições da vida marinha em cativeiro”, defendeu a ONG Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais).

A aprovação da proposta também pode fazer com que o grupo SeaWorld seja forçado a trabalhar para reabilitar as orcas e devolvê-las à vida selvagem ou transferi-las para santuários oceânicos protegidos.

“Simplesmente não há justificativa para a exibição contínua de orcas em cativeiro para fins de entretenimento. Estas criaturas bonitas são demasiado grandes e inteligentes para serem confinadas em pequenas piscinas de concreto para o resto de suas vidas”, disse Bloom.

Blackfish

O documentário Blackfish exibe a história das baleias retiradas do oceano para servirem à indústria do entretenimento e tem como premissa principal a tese de que esses animais deveriam ser deixados em seus habitats originais. O foco do vídeo é a uma orca de cinco toneladas e meia chamada Tilikum – que significa amigo no dialeto falado pelos índios Chinook. O animal ficou mundialmente conhecido em 2010 após afogar sua treinadora, Dawn Brancheau, diante de milhares de turistas de diversas nacionalidades em uma apresentação no SeaWorld, em Orlando.

O vídeo conta a vida de Tilikum, mostrando como ele foi separado à força de sua família após ser capturado em 1983 em águas próximas à costa da Islândia. Segundo informações da Agência de Notícias dos Direitos Animais (Anda), o documentário aponta a negligência com que a orca foi tratada: o animal era constante alvo de agressões por outras baleias quando filhote e era rotineiramente deixada em um tanque pequeno e escuro por até 14 horas de uma vez.

A treinadora do SeaWorld foi a terceira pessoa que Tilikum matou. Em 1991, a baleia matou Keltie Byrne, também treinadora, enquanto esta fazia a manutenção e os cuidados do tanque do animal em um parque de diversões canadense. Oito anos depois, a orca afogou um turista que se escondeu no SeaWorld e pulou em seu tanque.

Em 2010, explodiram pedidos de ativistas dos direitos animais para libertação de Tilikum. Em nota oficial, o SeaWorld argumentou que a baleia não teria condição de sobreviver por conta própria e a “aposentou” temporariamente de seu show.

Assista ao trailer do documentário.