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Área de Mata Atlântica pode dar lugar à megaempreendimento em São Paulo

A última reserva de Mata Atlântica às margens do rio Pinheiros, na zona sul de São Paulo, poderá ser substituída por um megaempreendimento. Moradores vizinhos da área relataram ao Ministério Público Estadual (MPE), com fotos e vídeos, um suposto desmatamento que teria começado em fevereiro deste ano pela empresa Agrotexas Ambiental, que nega a acusação. Um inquérito civil foi aberto para apurar a denúncia. A área está localizada ao lado do Parque Burle Marx, no Panamby.

O terreno pertencia ao Fundo Imobiliário Panamby, gerido pelo Banco Brascan, e foi fatiado em duas partes: uma delas foi vendida para a Cyrela e outra para a Camargo Corrêa. Um alvará para nova construção na parte do terreno que pertence à Camargo Corrêa já tramita na prefeitura. Em julho de 2013, o governo indeferiu um pedido para obras na área, mas a empresa continua tentando obter a licença. As duas incorporadoras confirmam a intenção de ocupar os terrenos, de acordo com reportagem do jornal Estado de São Paulo.

Os terrenos estão em área inundável de várzea e integram a bacia do rio Pinheiros. Apesar do Departamento de Áreas Verdes (Depave) da prefeitura apontar o local como de proteção permanente, em 2003 o governo municipal concedeu autorização para edificação. No caso da Camargo Corrêa, ainda são necessárias licenças ambientais para o início do desmatamento. A Cyrela ainda não fez o pedido de licença para construção no terreno.

Os moradores temem os riscos do corte de mais de 5 mil árvores em uma área onde já foi autorizada, em junho do ano passado, a retirada de 1.787 árvores para a construção do Condomínio Parque Global, empreendimento da empresa Bueno Neto.