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Construção de condomínio destrói 400 mil m² de vegetação nativa

Construção de condomínio destrói 400 mil m² de vegetação nativa
Área exposta na rodovia Fernão Dias / Crédito: Jean Victor

Terminou na última sexta-feira (21) o prazo para adesão ao Termo de Ajustamento Municipal (TAM) proposto pela prefeitura de Betim para o condomínio empresarial Parque Torino, da empresa Gatti Engenharia, como forma de compensar o município pela destruição de mais de 400 mil metros quadrados de vegetação nativa. A obra chama atenção de quem passa pela rodovia Fernão Dias, nas proximidades da Petrobras.

Há pouco mais de uma semana, as atribuições do Instituto de Pesquisa e Políticas Urbanas de Betim (Ippub) foram transferidas para a Secretaria de Meio Ambiente e para a Secretaria de Finanças, Planejamento e Gestão (Sefplag), de acordo com reportagem do jornal O Tempo. Os termos da obra foram revistos e, devido ao adiantado e irreversível estado de degradação ambiental, foi proposto o termo de ajustamento.

A construção teve início no governo da então prefeita Maria do Carmo Lara (PT) e foi tocada a pleno vapor nos últimos meses, sem interferência do Ippub, envolvido em graves denúncias de irregulares. A licença para terraplenagem da área foi concedida também durante o mandado de Maria do Carmo.

Segundo Ednard Barbosa, secretário municipal de Meio Ambiente de Betim, caso os responsáveis pelo Parque Torino não assinem o termo, a obra terá sua licença suspensa ou até mesmo cancelada. Pelo TAM, o condomínio poderá ser penalizado com multa de R$ 5 milhões ou deverá compensar o município com a adoção do Parque Felizberto Neves, localizado na avenida Edmeia Matos Lazzarotti, no bairro Ingá, e a construção de duas creches.

Conforme a reportagem, ainda não está descartada a recuperação da área desmatada e o replantio de árvores no mesmo local onde antes havia vegetação nativa. Adotada essa alternativa, de acordo com Barbosa, em um prazo de 15 anos, parte do bioma da região que foi suprimida pela retirada da cobertura vegetal pode ser recuperada. “Queremos que a empresa se conscientize e faça os acertos ambientais com a cidade”, disse.