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Agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em São Paulo

Agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em São Paulo
Agrotóxicos são responsáveis pela morte de 4 milhões de abelhas em São Paulo / Crédito: ambientalistasemrede.org/

Agrotóxicos são apontados como causadores da morte de pelo menos 4 milhões de abelhas em Gavião Peixoto, município produtor de mel do interior de São Paulo. As mortandades vêm ocorrendo desde 2012, mas se intensificaram em dezembro do ano passado. Laudos divulgados nesta semana confirmaram a presença de Glifosato e Clorpirifós, dois herbicidas usados no controle de ervas daninhas e de pragas em lavouras, no organismo dos animais. Os dois agrotóxicos são permitidos no Brasil.

Em 2012, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) começou a reavalição de quatro agrotóxicos associados a efeitos nocivos às abelhas: Imidacloprido, Tiametoxam, Clotianidina e Fipronil, proibindo a pulverização aérea. Porém, após sofrer pressão dos setores rurais que reclamaram da falta de tempo para adequação às novas regras, o Ibama e o Ministério da Agricultura flexibilizaram a norma, criando regras especiais para as culturas de soja, trigo, arroz, algodão e cana-de-açúcar.

Países como União Europeia e Estados Unidos decidiram restringir o uso de substâncias consideradas como nocivas às abelhas. No Brasil, a proibição de pulverização aérea das quatro substâncias voltou a valer este ano. A exceção é a cultura do algodão, que poderá aplicar os venenos até julho de 2014.

Por aqui, o departamento municipal de Agricultura e Meio Ambiente, com o apoio do departamento de Biologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Rio Claro, está buscando alternativas para manter as abelhas longe do veneno utilizado nas plantações. Uma delas é desenvolver a apicultura migratória, levando as abelhas para áreas de mata preservada. Também está sendo proposta a criação de um comitê para acompanhar o uso de agrotóxicos nas lavouras.

Cientistas apontam a utilização indiscriminada de agrotóxicos como provável causa da chamada Desordem de Colapso da Colônia, quando as abelhas não conseguem voltar para as colmeias e desaparecem no caminho.