Problemas com equipamentos atrasa ainda mais despoluição da Lagoa da Pampulha
Problemas nos equipamentos utilizados no processo de dragagem de sedimentos da Lagoa da Pampulha atrasarão ainda mais a despoluição do principal espelho d’água de Belo Horizonte. A limpeza da lagoa estava prevista, inicialmente, para ser concluída até a Copa do Mundo, que começa em junho.
Os atrasos foram provocados por problemas em aparelhos utilizados no processo de dragagem de sedimentos. Novas tecnologias devem ser utilizadas no processo, mas a licitação ainda está em curso. “Por essas e outras razões, o cronograma já está, no mínimo, atrasado em três meses”, disse Ricardo de Miranda Aroeira, coordenador executivo do Programa de Recuperação Ambiental da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
Orçada em R$ 109 milhões, a primeira etapa para despoluição da Lagoa da Pampulha corresponde ao desassoreamento e abrange a execução de serviços de dragagem e desidratação, transporte e destinação dos sedimentos removidos, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. Esta etapa foi iniciada em outubro de 2013 e a expectativa era de ser finalizada antes do mundial. Em dezembro do ano passado, o prefeito Marcio Lacerda admitiu que a despoluição só seria possível após a copa.
Além dos problemas com os equipamentos, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) informou que não vai conseguir construir interceptores de esgoto em todos os cursos d’água que chegam à Pampulha por causa do atraso no processo de desapropriação. O prazo inicial de entrega das obras era dezembro do ano passado. De acordo com o gestor da Meta 2014 da companhia, Valter Vilela Cunha, caso tudo ocorra bem, as obras podem ficar prontas até maio deste ano.
Esgoto
As prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e o legislativo estudam a criação conjunta de leis municipais que obriguem os donos de imóveis a permitirem que a rede de esgoto de vizinhos passem por dentro de sua propriedade quando houver necessidade de ligação em ruas paralelas. O intuito é diminuir o despejo direto de esgoto em rios e córregos, principalmente na Bacia da Lagoa da Pampulha.
“O problema é que muitas vezes a casa está em um nível abaixo da rede de esgoto da Copasa na rua. Com isso, o dono precisa passar a encanação da casa dele por dentro de outra residência até chegar ao esgoto de uma rua abaixo. Tem gente que não permite isso e essas residências acabam ficando sem ligação com rede da Copasa”, explicou o gerente de Planejamento e Monitoramento Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente da capital, Weber Coutinho.
No ano passado, as prefeituras e a Copasa fizeram um levantamento das residências sem esgoto. Os dados mostram que 5.000 imóveis – sendo 4.500 em Contagem e 500 na capital – estão nessa situação. Todas estão dentro da Bacia da Pampulha. Os imóveis com irregularidades foram notificados.